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Olimpíada Brasileira de Matemática é porta de entrada para conquistas internacionais
O Brasil conquistou este mês seu melhor resultado em 75 edições da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), realizada em Hong Kong. A equipe brasileira trouxe para casa cinco medalhas de prata e uma de bronze e garantiu o 15º lugar na colocação geral, a frente de países tradicionais como Alemanha, França e Romênia. Em comum entre os estudantes, além do interesse pela matemática, está o início da trajetória de sucesso nas competições pela Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), realizada anualmente com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Criada em 1979 por iniciativa da Sociedade Brasileira de Matemática, a OBM tem o objetivo de estimular o estudo da disciplina nas escolas, aperfeiçoar a capacidade dos professores e descobrir novos talentos. A partir do 6º ano do ensino fundamental já possível a qualquer estudante de escola pública ou privada participar da competição. Os alunos que se destacam são escolhidos para representar o país em competições internacionais.
"Boa parte dos jovens matemáticos brasileiros de talento foi descoberta pelas Olimpíadas, como o Artur Avila, que em 2014 ganhou a Medalha Fields, o prêmio de maior prestígio da matemática internacional, comparado ao Nobel", afirma o coordenador da OBM e pesquisador Carlos Gustavo Moreira, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Ele acrescenta que as competições têm sido decisivas na escolha dos jovens por uma carreira científica.
Alunos
Andrey Shan Chen, 16 anos, de Campinas (SP), foi medalhista de prata nesta edição da IMO. Ele participou da OBM pela primeira vez em 2010 e afirma que as competições abriram para ele a chance de novas perspectivas. "A matemática é um mundo à parte. Entrar nesse mundo te dá uma rede de relações e oportunidades que podem te ajudar pelo resto da vida", diz.
Gabriel Toneatti Vercelli, 18, de Osasco (SP), não foi muito bem na sua primeira participação na OBM, mas não se deixou abater. "Utilizei esse pequeno fracasso como força propulsora para estudar mais, porque foi a primeira vez que senti o quanto ainda tinha a aprender mesmo na área que mais dominava", ressalta o medalhista de prata.
Já Pedro Henrique Sacramento, 17, de Vinhedo (SP), que também ganhou a medalha de prata, relata que um mundo novo se abriu para ele graças às competições. "Conheci lugares que nunca sonhei como Romênia, Porto Rico, Tailândia, Hong Kong. Fiz amigos, conheci outras culturas e tenho oportunidades com as quais nem ousava sonhar. As olimpíadas me abriram portas, e sei que abrirão muitas outras", conclui.
Em 2017, a Olimpíada Internacional de Matemática vai ser sediada pela primeira vez no Brasil. O calendário da OBM e das competições internacionais podem ser vistos no site www.obm.org.br.
Fonte: MCTI