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Mesa-redonda Meninas na Ciência ressalta a importância do estimulo à participação de mulheres na ciência
Embora a participação de mulheres na ciência tenha aumentado de forma global no Brasil nos últimos anos, ainda há poucas mulheres em áreas de conhecimento específicas. Além disso, as mulheres são sub-representadas, quando considerados os postos de poder e de prestígio, incluindo aqueles ligados a carreiras consideradas femininas. A entrada de cada vez mais mulheres em carreiras científicas traz novas questões e implica, assim, a busca de novas abordagens, no tocante a uma política de ciência e tecnologia mais plural, que trate da igualdade de direitos quando se fala de gênero. Essas questões pontuaram as apresentações realizadas durante a mesa-redonda Meninas nas Ciências, realizada nesta quinta-feira, 28 de julho de 2022, no âmbito da 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O gênero tem de estar presente na cultura da ciência”, afirmou Maria Lúcia Braga, da Coordenação do Programa de Pesquisas em Ciências Sociais Aplicadas e Educação, do CNPq. Segundo ela, não há diferenças entre o cenário brasileiro e o externo. Há uma sub-representação de mulheres em postos de poder, inclusive nas carreiras consideradas femininas, e também há poucas mulheres em áreas de conhecimento específicas, como a Física, em que elas ocupam uma parcela de apenas 20 por cento. A maior concentração de mulheres se encontra nas áreas de Saúde, Biológicas e Ciências Humanas. Por isso, segundo Maria Lúcia Braga, é necessário incentivar a inserção de mulheres na ciência.
No CNPq, o Programa Mulher e Ciência, lançado em 2005, tem várias ações para estimular a produção científica e a reflexão acerca das relações de gênero, mulheres e feminismos no país e também para promover a participação das mulheres no campo das ciências e das carreiras acadêmicas. Um dos esforços para criar modelos para as meninas, no contexto do Programa, é o projeto Pioneiras da Ciência, que torna visível a história das mulheres pesquisadoras que contribuíram de forma relevante para o desenvolvimento científico e para a formação de recursos humanos para a ciência e tecnologia no Brasil. A exposição do Pioneiras da Ciência foi exibida durante a reunião anual da SBPC, no corredor do Instituto Central de Ciências (ICC), da Universidade de Brasília (UnB). Outra ferramenta relevante para incentivar o debate nas escolas foi o Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, que teve sua última edição em 2015.
As chamadas do CNPq voltadas para as meninas nas ciências continuam e reforçam a importância do fomento para a maior inserção mulheres nas ciências. Segundo pesquisas realizadas com bolsistas de ensino médio, 80 por cento das entrevistadas disseram que ações desse tipo contribuem para o aumento de seu interesse. Pelo menos 65 por cento das estudantes de ensino médio que responderam à pesquisa afirmaram que ações de fomento despertaram seu interesse pela pesquisa científica e expandiram seus horizontes, enquanto 42 por cento delas ressaltaram que essas ações levaram a um aprofundamento de seu conhecimento na área. Na graduação, 97 por cento das bolsistas entrevistadas recomendaram a opção pelo caminho científico.
Mesa redonda falou sobre as ações de inserção de mulheres na ciência. Foto: Marcelo Gondim COCOM/CNPq
Participaram da mesa-redonda Meninas nas Ciências as professoras da Universidade de Brasília (UnB) Adriana Pereira Ibaldo , do Instituto de Física, e Dianne Magalhães Viana , do Departamento de Engenharia Mecânica, além da professora Marta Feijó , do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Veja o álbum de fotos: https://photos.app.goo.gl/KUSNuPmV4TiXJe8J8