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Encontro aponta avanços nas pesquisas sobre saúde materno-infantil apoiadas pelo CNPq, Ministério da Saúde e Fundação Bill & Melinda Gates
Projetos inovadores e estratégicos na pesquisa sobre saúde materna e infantil foram apresentados nessa quarta-feira, 05, em Brasília, durante reunião do comitê gestor de avaliação da parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Saúde e a Fundação Bill & Melinda Gates.
Os projetos são parte de uma aliança formada entre as instituições em torno de prioridades comuns, incluindo vacinas, parto prematuro, desenvolvimento infantil e controle de doenças infecciosas, que resultou no Programa Grandes Desafios Brasil (Grand Challenges Brazil), com o objetivo de dar apoio à pesquisa e à inovação na área de saúde.
No âmbito desta parceria, já foram lançadas duas chamadas para seleção de projetos de pesquisa. A primeira, lançada em 2013, teve como objetivo selecionar propostas com temas relacionados à prevenção e manejo dos nascimentos prematuros. Foram apoiados doze projetos, totalizando R$ 8,4 milhões.
A segunda chamada teve por objetivo apoiar projetos de pesquisa que, por meio de abordagens inovadoras, busquem determinar três fatores: combinações de intervenções mais eficazes para prevenir e tratar as consequências do nascimento, crescimento e desenvolvimento não saudáveis; quando, durante o ciclo de vida humano, essas intervenções são aplicadas com mais eficácia; e como elas são integradas de maneira prática e mais eficaz num ciclo de cuidado contínuo. Foram apoiados nove projetos, totalizando R$ 11 milhões.
No encontro, estiveram presentes os coordenadores dos 21 projetos apoiados, apresentando o andamento das pesquisas, com resultados importantes que abrangem desde a sensibilização para a mudança de percepção sobre o parto normal até a criação de um centro de integração de cinco bancos de dados de indicadores de programas sociais para avaliar o impacto desses fatores no desenvolvimento infantil.
Os estudos já apontam para potenciais aplicações em políticas públicas, como ressaltaram os técnicos do Ministério da Saúde. Para Samantha Lemos, do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, a potencialidade das pesquisas motiva a avaliação de como dar continuidade aos projetos que ainda precisam de mais evidências e como implementar os já consolidados nas práticas do SUS, por exemplo.
Raquel Coelho, Coordenadora-Geral do Programa de Pesquisa em Saúde do CNPq exaltou a importância estratégica do encontro. "Nosso papel não é só aportar recursos. O acompanhamento e o monitoramento traz um ganho fantástico com a possibilidade de apropriação dos dados gerados", ressaltou.
Um dos projetos apontados nesse sentido é o apresentado pelo Professor José Simon Camelo Junior, da Universidade de São Paulo (USP), que trabalha na produção de um suplemento por meio de um método simplificado para os bancos de leite do Brasil, visando atender recém-nascidos pré-termo de muito baixo peso.
Para Sharon Bergquist, da Fundação Bill & Mellinda Gates, a reunião foi "uma oportunidade incrível de conhecer o enorme progresso dos projetos e ver que todos tem um grande impacto para o todo o Brasil".
Conheça aqui um pouco dos 21 projetos apoiados.
Parceria renovada
Na abertura do evento, o Ministério da Saúde e a Fundação Bill & Melinda Gates renovaram a cooperação que mantém desde 2011. As duas instituições vão investir, por mais cinco anos, em pesquisas sobre malária, dengue, chikungunya e resistência bacteriana. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, e representantes da Fundação assinaram memorando de entendimento para a renovação da parceria internacional.
A parceria, que teve início em 2011, contou com investimento de R$ 25 milhões, que foram aplicados no desenvolvimento de Teste Rápido Molecular (TRM) para tuberculose, no projeto ¿Eliminar a Dengue¿, em pesquisas sobre desenvolvimento infantil, entre outras áreas.
Durante o encontro, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, avaliou que os resultados da parceria permitem ao Brasil ¿abrir novas perspectivas, apoiar novas pesquisas e, com elas, oferecer novos produtos capazes de proteger a população do Brasil e do mundo das ameaças à saúde¿. O ministro ressaltou, ainda, que a disposição do governo brasileiro em ampliar a parceria está de acordo com o desejo da Fundação Gates. ¿Estamos prontos para investir o quanto a Fundação Gates achar que é possível para ampliar as pesquisas apoiadas por essa parceria¿ destacou.
O representante da Fundação Gates, Shawn Baker, ressaltou que estão sendo replicados os exemplos e experiências obtidas no Brasil em outros países. ¿O Brasil representa o futuro que outros países gostariam de alcançar¿, disse Shawn, durante a cerimônia de assinatura do memorando de entendimento e de abertura da Reunião do Comitê Gestor entre a Fundação Gates e o Ministério da Saúde.
Entre 2017 e 2021, o Ministério da Saúde e a Fundação Gates investirão, por exemplo, na implementação experimental em larga escala da pesquisa Wolbachia, destinada a combater o mosquito Aedes Aegypti. Além disso, a parceria deve ampliar sua atuação para outras áreas importantes ao Brasil e para o mundo, como a resistência a antimicrobianos e a malária.
A cooperação com a Fundação Gates teve investimentos de R$ 25 milhões em cinco anos. A Fundação investiu R$ 16,7 milhões e o Governo Brasileiro, outros R$ 10 milhões com recursos do Ministério da Saúde e do CNPq. Além dos editais do CNPq, a cooperação permitiu que produtores públicos de vacina brasileiros ampliassem a oferta de vacinas pré-qualificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A pré-qualificação é condição para distribuição internacional das vacinas.
Outro resultado positivo da cooperação foi o desenvolvimento da pesquisa Wolbachia, que integra o projeto ¿Eliminar a Dengue¿, que será ampliado para as cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG). Esse projeto conta, ainda, com contrapartida da Fiocruz em estrutura, recursos humanos e equipamentos.
A cooperação entre a Fundação Gates e o Ministério da Saúde também possibilitou a avaliação de um Teste Rápido Molecular (TRM) para tuberculose, implantado nacionalmente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informação do Ministério da Saúde