Notícias
CNPq na Primeira Expedição Cientifica do Brasil ao Ártico – Operação Ártico I
Já estão na Noruega os cinco pesquisadores brasileiros que compõem a expedição inédita que levará pesquisa científica ao círculo polar Ártico do nosso planeta. É a Primeira Expedição Cientifica do Brasil ao Ártico – Operação Ártico I, que acontecerá até o dia 21 de julho e tem como missão inaugurar a participação científica oficial do Brasil no Ártico.
Coordenada pelos bolsista do CNPq, Prof . Luiz Henrique Rosa – Departamento de Microbiologia da UFMG e pelo Prof. Paulo E.A.S. Câmara – Departamento de Botânica da UnB, a equipe é formada, ainda, pelos pela Profa. Micheline Carvalho-Silva - Departamento de Botânica da UnB, Profa. Vívian Nicolau Gonçalves - Departamento de Microbiologia da UFMG, bolsista do CNPq e o Prof. Marcelo Ramada – Pontifícia Universidade Católica de Brasília.
A missão acontece no âmbito das atividades do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e é financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A equipe conta, ainda, com apoio institucional do Ministério das Relações Exteriores, da Secretaria Interministerial dos Recursos do Mar (SECIRM) da Marinha do Brasil e das universidades às quais os pesquisadores são vinculados.
O trabalho dos pesquisadores envolverá a coleta de diferentes amostras (solos, sedimentos marinhos e de lagos, água de lagos, rochas e plantas) para caracterização de micro-organismos e plantas que ocorrem no Ártico e comparar os resultados obtidos com dados da Antártica (os quais já temos algum conhecimento).
“O Ártico é uma região estratégica para estudos de questões climáticas, econômicas e ambientais, e o Brasil pode ter um protagonismo científico na área, pois possui uma enorme expertise polar adquirida ao longo de 40 anos de presença na Antártica através do PROANTAR, e acreditamos poderá somar sua experiência e contribuir para o melhor entendimento e conservação da região Ártica”, ressalta o Prof. Luiz Rosa.
A expedição
Segundo o Prof. Paulo Câmara, o conhecimento da biodiversidade que existe no Ártico pode fornecer informações valiosas sobre o impacto das mudanças climáticas da região, visto que o derretimento do gelo no Ártico parece ser irreversível. “Esse impacto nas regiões árticas provavelmente afetarão as regiões próximas com potencial de afetar até o litoral norte do Brasil, pois os polos (Ártico e Antártica) representam os “refrigeradores” do planeta via oceanos”, ressaltou. Além disso, com esse iminente efeito das mudanças climáticas na região, organismos restritos ao círculo ártico podem liberados para o resto do mundo.
O objetivo da expedição é conhecer essa biodiversidade e compreender suas seus papeis ecológicos e possíveis impactos para o homem. Cerca de 7% do território brasileiro está no hemisfério norte e, portanto, mais próximo do Ártico do que da Antártica, sofrendo dele mais influências. O Brasil é ainda o único país entre as 10 maiores economias do mundo a não ter nenhuma participação nos temas relativos ao Ártico
Essa primeira missão oficial do Brasil ao Ártico também contribuirá para que o país assine o tratado de Svalbard para continuar pesquisas em diferentes áreas do conhecimento na região e, futuramente, também possa pleitear assento como membro observador do Conselho do Ártico assine o Tratado do Ártico, o que poderá contribuir para que o Brasil apresente propostas geopolíticas pacíficas de preservação e pesquisa para região, como é feito para Antártica.
Também durante a expedição científica serão obtidas imagens para compor o documentário Paralelo 60º financiado pela ANCINE, o qual irá apresentar o papel e importância das pesquisas do Brasil nos polos do planeta.
A Primeira Expedição Oficial do Brasil ao Ártico homenageia a Profa. Therezinha de Castro - historiadora , geógrafa, pesquisadora, escritora e professora brasileira que foi também do quadro da Escola Superior de Guerra e que propôs o trabalho: "Antártica: Teoria da Defrontação", segundo a qual o Brasil deveria reivindicar o seu espaço no continente, foi a grande impulsionadora da presença do Brasil na Antártica.