Notícias
CNPq investe R$ 100 milhões em mais de 5 mil bolsas voltadas à atração e permanência de meninas nas ciências exatas, engenharias e computação
Menina observa experimento científico durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2024, em Brasília. - Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
O CNPq investirá R$ 100 milhões, ao longo de três anos, nos 126 projetos aprovados na chamada pública Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação – iniciativa voltada a incentivar a permanência e a ascensão de meninas e mulheres em carreiras dessas áreas, nas quais se verifica uma tradicional sub-representação feminina. A previsão é de que sejam concedidas entre 4.500 e 5.400 bolsas a meninas e mulheres da educação básica ao doutorado.
Foram selecionados 36 projetos em rede de abrangência nacional (linha1); 46 projetos em rede de abrangência regional (linha 2); e 44 projetos individuais (linha 3). A chamada recebeu, ao todo, 598 propostas para as diversas subáreas das ciências exatas, engenharias e computação, sendo 87 para a linha 1, 145 para a linha 2 e 366 para a linha 3.
“As mulheres são mais de 51% da população brasileira, mas a porcentagem de pessoas do gênero feminino atuando nas ciências exatas, engenharias e computação não passa, na média, dos 25%. No Brasil, as meninas têm sido alijadas de estudos relacionados à matemática desde a promulgação da primeira lei do Império. Considerando que essas áreas contribuem para o letramento científico e levam à possibilidade de salários mais altos, editais como esse são fundamentais para que o país caminhe na direção de uma comunidade científica mais justa, igualitária e diversa”, afirma a diretora da Análise de Resultados e Soluções Digitais do CNPq, Débora Menezes, que é física e tem atuação destacada em favor da igualdade de gênero na ciência.
Os projetos aprovados têm como principais características o estímulo ao interesse, ao ingresso, à formação, à permanência e à ascensão de meninas e mulheres nas carreiras; o combate à evasão de mulheres nos cursos de graduação; a mitigação das desigualdades de gênero e étnico-raciais nas carreiras científicas; e a aproximação das escolas públicas da educação básica das instituições de ensino superior, de pesquisa e de empreendimentos de base tecnológica.
O público principal inclui meninas e mulheres matriculadas no oitavo e nono ano dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e de cursos de graduação. Também serão beneficiadas professoras(s) vinculadas(os) às escolas públicas participantes e, preferencialmente, que lecionem disciplinas como matemática, física, química e computação, além de alunas de nível superior em qualquer área de conhecimento, com experiência em atividades de divulgação científica. Em alguns casos, os projetos poderão ainda contar com a participação de pesquisadoras de pós-doutorado.
Alunas da educação básica devem receber entre 3.000 e 4.000 bolsas, e alunas de graduação, entre 300 e 400 bolsas. Professoras da educação básica deverão ser beneficiárias de 600 a 800 bolsas; divulgadoras científicas ficarão com 160 a 200 bolsas; e pesquisadoras doutoras, com 80 a 200 bolsas.
“Os projetos irão apoiar professoras e professores no processo de acompanhamento e mentoria de meninas que queiram se dirigir às carreiras de exatas, engenharias e computação. Temos uma expectativa muito elevada em relação aos resultados desse edital, que foi o mais importante dos últimos tempos, pelo valor e pelo modo como o edital combina ações de pesquisa e aquelas que se aproximam mais da extensão, voltadas às estudantes que queiram se dirigir a essas áreas”, explica o diretor científico do CNPq, Olival Freire Jr.
Essa é a 3ª chamada realizada no âmbito do Programa Mulher e Ciência do CNPq, lançado em 2005. Em 2013 e 2018, foram lançadas as chamadas "Meninas e Jovens Fazendo Ciências Exatas, Engenharias e Computação", visando incentivar o ingresso e a permanência de jovens nas carreiras nessas áreas. Essas ações impulsionaram a discussão local sobre equidade de gênero, permitindo a aproximação das participantes com o ambiente de pesquisa e universitário e incentivando-as a buscar o ingresso na graduação.
CNPq e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) são pioneiros no país na implementação de ações para fomentar a equidade de gênero nas ciências e nas tecnologias, temática que tem sido elencada, na literatura acadêmica sobre o tema, como vetor relevante para o desenvolvimento social e econômico das nações e dos países. A participação efetiva das mulheres em todas as áreas e em todos os postos das carreiras científicas e tecnológicas é fundamental tanto do ponto de vista dos direitos das mulheres quanto da excelência na produção científica e tecnológica.
Veja o resultado final na página da chamada.