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CNPq integra delegação brasileira e participa da XXXIII Reunião de Administradores de Programas Antárticos Latino-americanos – RAPAL
A XXXIII RAPAL foi organizada pelo Instituto Oceanográfico e Antártico da Armada do Equador (INOCAR) entre os dias 23 e 26 de agosto na cidade de Quito/Equador. A RAPAL constitui o principal fórum de coordenação em nível latino-americano sobre questões científicas, logísticas e ambientais. É um espaço para o intercâmbio de idéias e colaboração em nível educacional, sociocultural e de comunicação de relevância na Área Antártica.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnólogo (CNPq) integrou a Delegação Brasileira que foi chefiada pelo Contra-Almirante Marco Antônio Linhares, Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) e gerente do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) , e contou também com a participação de representantes do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
No evento, o Brasil apresentou documentos de informação (DI) sobre as ações do país na Antártica na Comissão de Assuntos Científicos, Ambientais e Técnicos (CACAT) e na Comissão de Assuntos Operacionais e Logísticos (CAOL).
Um dos documentos apresentados na CACAT foi a publicação do “ Volume Especial de Pesquisas Antárticas Brasileiras nos Anais da Academia Brasileira de Ciências (AABC )". Esta publicação possui cinqüenta e sete artigos é dedicada ao primeiro líder científico e organizador das investigações científicas antárticas brasileiras, o falecido professor Antônio Carlos Rocha-Campos – paleontólogo, geólogo glacial e membro titular da ABC. O volume também comemora os 40 anos de atuação contínua do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). O volume especial foi proposto com a finalidade de se tornar um canal de publicação da pesquisa Antártica desenvolvida por qualquer país.
Outro documento apresentado foi o "Módulo de Pesquisa Criosfera 2". O Criosfera 2 é um projeto do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT da CRIOSFERA), com sede na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O módulo científico Criosfera 2 é o resultado de 40 anos de pesquisa e aprendizado dentro do Programa Antártico Brasileiro/MCTI/CNPq. Trata-se, do primeiro módulo científico desta natureza totalmente construído no Brasil e que será levado para a Antártica ocidental. O módulo será instalado na região do Skytrain Ice Rise (79º 40’S, 79ºW), na Antártica e irá monitorar parâmetros ambientais, comportamento da atmosfera e teleconexões entre os Oceanos Pacífico Sul e Atlântico Sul, mares de Amundsen, Bellingshausen e Weddell, Antártica Ocidental com a América do Sul/Brasil e a sísmica passiva do movimento do gelo em relação ao embasamento (integra a redes IRIS). A instalação do módulo permitirá ampliar a rede de monitoramento das conexões de tempo e clima na Antártica e os regimes de precipitação, temperatura e eventos extremos na América do Sul ( especialmente na região subtropical do Brasil );
Na perspectiva ambiental foi apresentado o documento de informação sobre a eficácia da implementação do plano de gestão e a proteção dos valores especiais na Área Antártica Especialmente Gerenciada (ASMA) nº1, onde se encontra a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).
Na Comissão de Assuntos Operacionais e Logísticos (CAOL) ainda foram apresentados os documentos de informação sobre os 40 anos do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e a aprovação da atualização da Política Nacional para Assuntos Antárticos (POLANTAR) e sobre o emprego dos aviões KC-390, da Embraer, nas operações antárticas. Na Plenária o Brasil apresentou informações sobre a Operação Antártica XL, no verão 2021-2022, e os preparativos para a Operação Antártica XLI, que ocorrerá de outubro de 2022 a abril de 2023.
O CNPq participou da Mesa Redonda “ Influencia de la Academia en el desarrollo de la investigación Antártica Latinoamericana ” cujo objetivo foi o de apresentar e discutir o papel e a importância da Academia para o desenvolvimento da pesquisa antártica na região latino-americana.
Além da delegação brasileira, a reunião contou com a participação de delegações da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Costa Rica e Venezuela.
Nas reuniões da RAPAL, as decisões sobre os documentos de trabalho são tomadas por consenso e terminam com a apresentação de um Relatório Final. O encontro promove a cooperação e o apoio mútuo nos aspectos científicos, técnicos, logísticos e ambientais dos países latino-americanos com atividades antárticas e tem por finalidade coordenar esforços e otimizar o uso de recursos, de acordo com os princípios e objetivos estabelecidos no Sistema do Tratado da Antártica.
A próxima reunião da RAPAL será realizada em 2023 no Peru e, em 2024, será no Brasil.