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CNPq e NSF fortalecem colaboração internacional para pesquisa em biodiversidade e mudanças climáticas
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a National Science Foundation (NSF dos Estados Unidos) retomaram a parceria histórica e estratégica entre as agências, visando identificar oportunidades de colaboração bilateral para pesquisa em Biodiversidade e Mudança do Clima.
A primeira ação dessa parceria foi um workshop conjunto entre o Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SinBiose) do CNPq e o Environmental Data Science Innovation & Inclusion Lab (ESIIL) da NSF, que ocorreu entre os dias 26 e 29 de fevereiro em Brasília (DF). O evento contou com a participação de aproximadamente 30 pesquisadores dos dois Centros de Síntese e teve como principais objetivos a troca de experiências entre os países, fortalecer as conexões entre os Centros e documentar oportunidades para sínteses de dados e conhecimentos relacionadas aos desafios em Biodiversidade e Mudanças Climáticas.
Entre os temas discutidos no evento, foram abordadas questões fundamentais para o estabelecimento de colaborações científicas produtivas e sustentáveis, como a equidade e inclusão em grupos de pesquisa, assimetrias regionais e a construção conjunta de uma agenda de pesquisa que seja capaz de considerar diferenças de contextos culturais, organizacionais e históricos.
Desafios relacionados à disponibilidade de bases de dados robustas e interoperáveis também foram amplamente discutidos pelos participantes, que em conjunto reforçaram a importância de uma abordagem da ciência de síntese que tenha em seu cerne a transparência na disponibilidade, acessibilidade e reusabilidade dos dados científicos e, ainda ética, inclusão e equidade tanto na produção dos conhecimentos e dados como em seu uso.
“A parceria proposta tem o potencial de gerar resultados significativos em termos de colaboração bilateral, fundamental para enfrentar as crises globais previstas para as próximas décadas”, destaca Valério Pillar, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do comitê científico do SinBiose, “o compromisso com a produção de conhecimento científico ancorado em bases de dados robustas é considerado essencial para lidar com os desafios emergentes”.
Para Jennifer Balch, diretora do ESIIL, a abordagem de ciência de síntese é crucial para o enfrentamento dos desafios complexos que estão colocados: "a ciência de síntese tem a capacidade de reunir equipes que extrapolam fronteiras, conjuntos de dados, ideias e disciplinas".
A parceria também tem o potencial de inaugurar um novo capítulo na história da colaboração entre o CNPq e a NSF, de acordo com Marisa Mamede, gestora do SinBiose: "a partir de um diálogo equitativo para a construção de uma agenda comum, podemos explorar as complementaridades entre as duas organizações".
Para Ricardo Galvão, presidente do CNPq,” o intercâmbio de estudantes e cientistas entre os dois centros de síntese será o caminho para avançar nessa colaboração, e é possível explorar desde já oportunidades já existentes no CNPq e NSF para viabilizar esse intercâmbio de experiências com vistas à ampliação da parceria em um futuro próximo”.