Notícias
Chamada para novos INCTs recebe 651 propostas, mais que o dobro da edição anterior
Imagem ilustrativa de pesquisadores reunidos debatendo projetos de pesquisa - Foto: Imagem de Freepik
Mais de 600 grupos liderados por pesquisadores de 179 instituições de todos os estados do país demonstraram interesse em obter financiamento para redes multi-institucionais e interdisciplinares dedicadas à investigação científica em temáticas estratégicas e ao enfrentamento a grandes desafios nacionais. É o que apontam os dados da demanda bruta da quinta chamada do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), que nesta edição recebeu 651 propostas, mais que o dobro do total de propostas submetidas à chamada anterior (307), realizada em 2022.
A demanda bruta total por recursos alcançou aproximadamente R$ 8,4 bilhões, cerca de cinco vezes o aporte total da chamada, de R$ 1,5 bilhão - valor que, por sua vez, já representa o triplo do investimento realizado nos INCT através da chamada 2022 e é a maior chamada já realizada pelo CNPq em volume de recursos. O limite de valor por projeto também foi ampliado, alcançando R$ 15 milhões, mais que o dobro do limite de R$ 7 milhões da chamada anterior. O resultado da chamada está previsto para abril.
A região Sudeste lidera a quantidade de propostas, com 304 envios. A seguir estão o Nordeste (130), Sul (118), Centro-Oeste (50) e Norte (49). Ao menos 30% dos recursos do FNDCT - maior investidor da chamada - serão destinados a propostas lideradas por instituições localizadas no Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, como forma de promover o desenvolvimento científico e tecnológico.
"A notável resposta da comunidade científica brasileira à chamada demonstra claramente sua confiança em uma rápida e robusta recuperação do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação", afirma o presidente do CNPq, Ricardo Galvão. "A participação direta de todos os parceiros possibilitou um aumento substancial no valor máximo permitido ao orçamento dos projetos. Isso permitiu a aglutinar grupos mais pujantes nas diferentes propostas, o que certamente refletiu no número de propostas apresentadas", avalia Galvão. Diretora de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação do CNPq, Dalila Andrade Oliveira explica que "os INCTs são o topo da pirâmide da ciência brasileira: são redes nacionais de pesquisa, muitas em cooperação internacional, que desenvolvem investigação científica de ponta em todas as áreas de conhecimento".
No intuito de expandir e consolidar o programa, que atualmente conta com 202 institutos em todas as áreas do conhecimento, o CNPq contou com parceiros para alavancar um total de R$ 1,5 bilhão em investimentos. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), gerido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), investirá R$ 1 bilhão na chamada. Outros investidores são o Ministério da Saúde (MS), por intermédio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), com aporte de R$ 100 milhões; a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com R$ 50 milhões; e as fundações de amparo à pesquisa de quatro estados: São Paulo (Fapesp), R$ 200 milhões; Rio de Janeiro (Faperj), R$ 150 milhões; Minas Gerais (Fapemig), R$ 50 milhões; e Espírito Santo (Fapes) R$ 10 milhões, que sinalizou a possibilidade de aportar mais R$ 20 milhões nesta chamada.
Na chamada de 2022, o valor anunciado foi de R$ 300 milhões, complementados em 2023 com um aporte adicional de R$ 258 milhões em recursos Federais e estaduais, viabilizados ainda na transição para o atual governo.
Histórico e luta por manutenção
O Programa INCT foi criado em 2008, fruto de uma parceria exitosa entre o CNPq e o MCTI, e posteriormente contou com a participação das fundações estaduais de amparo à pesquisa. Englobando projetos de pesquisa de temáticas complexas, os institutos são formados por grandes redes nacionais de pesquisa, com grande ênfase na cooperação internacional e voltadas ao desenvolvimento de projetos de alto impacto científico e tecnológico.
Nos 16 anos de vigência do programa, foram estabelecidas mais de 1.835 parcerias nacionais e 1.302 internacionais