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Abertura de seminário em comemoração aos 70 anos do CNPq exalta o valor da ciência para o progresso do país
Começou nesta terça-feira, 26, o seminário “70 anos de CNPq (1951-2021) – Passado, presente e futuro pensando e transformando o Brasil”. O evento é a parte final das comemorações pelas sete décadas de existência do CNPq e foi organizado em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Durante o seminário, que acontece até amanhã, dia 27 , acontecerão vários encontros, que discutirão o papel do CNPq no sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação; a visão de entidades da área sobre a função do CNPq no fomento à pesquisa; projetos e ações mobilizadoras deste Conselho; referências e parcerias internacionais; além de discussão sobre o sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Os debates têm a participação de expoentes da ciência nacional e são transmitidos ao vivo, pelo canal do CNPq no YouTube.
Na cerimônia de abertura, um ponto em comum entre os participantes da mesa foi a exaltação da importância da ciência para o futuro de um país. Segundo o presidente do CNPq, professor Evaldo Ferreira Vilela , um país não pode se desenvolver sem entidades de apoio à pesquisa e o CNPq constitui parte intrínseca do futuro do Brasil, se quisermos um país melhor, mais justo e menos desigual, que dê aos nossos talentos o devido reconhecimento. “Nós temos de criar, desenvolver e termos uma comunidade ativa, levando benefícios para a geração de empregos, a geração de renda, prosperidade para nosso país, porque a economia hoje depende da ciência. Não tem como hoje conhecimento ser colocado em segundo plano", afirmou o professor Evaldo Vilela. Para ele, a criação do CNPq pelo Almirante Álvaro Alberto, em 1951, foi fundamental para o Brasil construir uma comunidade de ciência, tecnologia e inovação. Hoje esse círculo cresceu, tendo áreas robustas. “A nossa meta agora pode ser a meta de entregar benefícios para a sociedade, porque esse é o princípio que o Álvaro Alberto plantou lá no início”, completou o professor Vilela.
A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente do CNPq, Evaldo Vilela, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, e o presidente da ABC, Luiz Davidovich
Para o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Alvim, a pandemia nos mostrou a relevância da ciência. “Não existe país inclusivo e sustentável se nós não investirmos em ciência e tecnologia”, comentou ele, para quem temos de aplicar recursos de forma estratégica e acima dos padrões, se quisermos ter soberania e qualidade de vida. O Ministro sublinhou o papel do CNPq para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e reiterou que este Conselho foi fundamental na construção de laços de cooperação, ao rememorar a relevância da colaboração científica internacional. Segundo o Ministro, uma das prioridades de sua pasta é a de fazer com que o fomento do CNPq volte a funcionar de forma intensa. Compromissos do CNPq que existiam já foram honrados e, em breve, será anunciada uma notícia boa relacionada a este Conselho.
Ao fazer um histórico sobre os caminhos percorridos para a institucionalização do auxílio à ciência no Brasil, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich , por sua vez, ressaltou que a fundação do CNPq representou um grande incentivo às ciências básicas, ainda pouco desenvolvidas no início da década de 1950. Ele afirmou que, sem o esforço de formação e de agregação realizado por este Conselho, não haveria protagonismo internacional de empresas públicas e privadas nacionais em diversas áreas, como as de petróleo e aviação. “O CNPq, com seu programa de bolsas e incentivo à pesquisa, acompanha, a partir de sua fundação, a formação de lideranças científicas do país, desde as bolsas de iniciação cientifica às de apoio a pesquisadores. Acompanha a expansão das universidade públicas, a diversificação de áreas de pesquisa, o intercâmbio internacional”, lembrou Davidovich. Segundo ele, o CNPq, em período mais recente, tem tido atuação instrumental na articulação de redes de pesquisa dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).
Embora reconheça os avanços, Davidovich disse que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. Os investimentos em pesquisa no país têm decrescido nos últimos anos e são, atualmente, da ordem de cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Países mais desenvolvidos investem a partir de 2% do PIB. Ademais, as universidades públicas brasileiras têm convivido com cortes orçamentários sucessivos e aportes decrescentes de recursos de agências de fomento à pesquisa. “Temos pouco mais de 900 pesquisadores por milhão de habitantes, enquanto países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm, em média, 4 mil pesquisadores por milhão de habitantes”, cita Davidovich, enfatizando que o Brasil ocupou a 57ª posição na última edição do índice global de inovação, atrás do Chile, do México e da Costa Rica. “A campanha persistente e visionária que culminou com a fundação do CNPq estimula um ollhar para o futuro. A ciência pode ajudar a mitigar as desigualdades sociais, a construir um futuro baseado em uma economia verde”, disse ele.
Durante o evento também ocorreu o lançamento da Revistaq , publicação concebida para reforçar a relevância do CNPq ao longo de sua história e apresentar dados, ações, conhecimentos científicos gerados a partir do apoio deste Conselho. A publicação, que é virtual, é uma colaboração do CNPq e da ABC e utiliza informações produzidas pelo CNPq. Segundo a professora Normanda Araújo de Morais , da Universidade de Fortaleza, uma das responsáveis pela edição da revista, a publicação é uma homenagem à ciência. “É sempre importante não perder de vista que a gente faz ciência para a melhoria da qualidade de vida”, afirmou ela em sua apresentação.
Assista à abertura do Seminário: