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Pesquisadores brasileiros demonstram que a estirpe brasileira do vírus Zika causa defeitos de nascimento em modelos experimentais
Em artigo publicado nesta quarta-feira, na Revista Nature, pesquisadores brasileiros apresentam estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP) no qual relatam que a estirpe brasileira do Vírus Zika atravessa a placenta e pode provocar a microcefalia.
O Zika tem sido associado a malformações congênitas, incluindo microcefalia e outras doenças neurológicas graves, tais como síndrome de Guillain-Barre, mas, segundo o artigo, apesar das evidências clínicas, não há prova experimental direta mostrando que a estirpe brasileira cepa causa defeitos de nascimento.
A pesquisa apresentada demonstrou, em camundongos, que vírus brasileiro infecta fetos, causando restrição de crescimento intrauterino, incluindo os sinais de microcefalia. O artigo relata que o vírus infecta células progenitoras corticais humanas, levando a um aumento da morte celular.
O artigo é resultado do trabalho da Rede Zika, da FAPESP, um conjunto de pesquisadores atuando em torno da pesquisa sobre o vírus. Para o bioquímico, Professor da USP, Walter Colli, "o Brasil construiu uma base de cientistas que contribuem todo dia para que a sociedade fique mais inteligente, rica e menos desigual. Essa mesma comunidade demonstra que pode reagir quando o país é desafiado por crises como a determinada pela invasão do virus Zika". Colli acredita que resultados como esse provam que o momento é de reforçar que o apoio à ciência deve ser política de Estado e o orçamento para sustentar a comunidade científico-tecnológica deve ser compatível com a sua importância.
Leia o artigo completo (em inglês): http://www.nature.com/nature/journal/vnfv/ncurrent/full/nature18296.html
Coordenação de Comunicação Social do CNPq