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Nota de Pesar - Prof. Ennio Candotti
É com profundo pesar que o CNPq informa o falecimento do pesquisador e professor Ennio Candotti nesta quarta-feira, 6, aos 81 anos. Físico ítalo-brasileiro, graduado pela Universidade de São Paulo (USP), Ennio teve uma atuação fundamental no fortalecimento da ciência brasileira e na divulgação científica. Idealizador e primeiro diretor do Museu da Amazônia (MUSA), era presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) desde 2001, da qual foi presidente por quatro mandatos.
Para o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, Candotti era "um visionário e incansável batalhador pelos temas que considerava altamente relevantes para o País, um paladino apaixonado pela melhoria do conhecimento científico da sociedade brasileira e pela defesa da Amazônia". Galvão ressalta, ainda, seu forte espírito de luta, "não cedendo aos obstáculos que surgiram em seu caminho".
Candotti nasceu na Itália, chegou ao Brasil em 1952 e formou-se em Física em 1964 pela USP (Universidade de São Paulo). Como professor de Física, deu aulas na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Ufes (Federal do Espírito Santo), Ufam (Federal do Amazonas) e na UEA (Universidade do Estado do Amazonas).
Atuou ativamente na divulgação científica, tendo participado da criação de “Ciência Hoje” e “Ciência Hoje das Crianças” e da “Ciência Hoy” da Argentina. Foi editor de “Ciência Hoje” de 1982 a 1996. Em 1999 compartilhou com a Sra Regina Paz Lopes o prêmio Kalinga de popularização da Ciência concedido pela UNESCO com o patrocínio da Fundação Kalinga de Bhubaneswar, Orissa, Índia. Em 2002 fundou com cientistas e comunicadores indianos e de outros países a International Union of Scientific Communicators, Associação com sede em Mumbai.
Durante sua trajetória científica, foi, desde cedo, bolsista da FAPESP e do CNPq, realizou estágios de pesquisa em física teórica no Instituto de Física da Universidade de Pisa e na Scuola Normale Superiore de Pisa, Italia entre 1966-67, e no Instituto de Física Teórica da Universidade de Munique, Alemanha (1968-69) e mais tarde no Instituto de Física da Universidade de Nápoles/INFN (1969-1972).
Em 2001 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Campina Grande. Foi membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia de 2003 a 2007; e de 2011 a 2015.
O CNPq solidariza-se com seus familiares, amigos e colegas, na certeza de que o legado de Candotti permanecerá contribuindo para a formação de novos pesquisadores e para o desenvolvimento da ciência brasileira. Como afirma Galvão "todos nós brasileiros somos seus devedores pelo frutífero e desinteressado serviço prestado ao País. Não somente estudantes e a comunidade científica, mas também todas as professoras e professores do Ensino Fundamental que utilizaram Criança Hoje das Crianças para iluminar a mente de seus pupilos".