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Aluno do IFCE ganha medalha de prata em torneio internacional de jovens físicos
Professor Maurício Soares e o aluno José Eleutério, de Juazeiro, no Paquistão
Orgulho. Essa é a palavra que melhor resume a participação do estudante José Eleutério, do Curso Técnico Integrado em Eletrotécnica (campus Juazeiro do Norte), no Torneio Internacional de Jovens Físicos (IYPT), realizado de 18 a 25 de julho, em Murree (Paquistão). O evento, considerado a "Copa do Mundo" de física, rendeu uma medalha de prata ao time brasileiro - do qual o estudante cearense orgulhosamente fez parte. Um resultado maiúsculo para um verdadeiro talento do nosso Instituto.
Eleutério prendeu a atenção dos presentes com sua apresentação, com a desenvoltura e a segurança de quem abraçou a ciência como uma filosofia de vida. O grande diferencial do torneio é o formato da disputa, com base em discussões e debates sobre as resoluções de problemas de Física presentes no cotidiano. As sessões são chamadas Physics Fights - disputas que acontecem em rodadas de 50 minutos. No Paquistão, esses duelos da Física ocorreram exclusivamente na Língua Inglesa.
A conquista foi a recompensa de um trabalho dedicado. A caminhada começou ainda em março, quando Eleutério disputou, ao lado das colegas Ludmila de Oliveira e Cíntia Fernandes, a etapa brasileira do torneio, realizada no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O time foi orientado pelo professor Maurício Soares de Almeida e coorientado pelo professor Rodrigo Queiros de Almeida. Na ocasião, a equipe "Leite Condensado de Bose-Einstein" conquistou o prêmio de melhor escola pública e medalha de prata - garantindo a vaga para a disputa no Paquistão.
José Eleutério fez bonito no Paquistão
A Profa. Joelia Marques de Carvalho, Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) ressaltou a importância do apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científica e Tecnológica (CNPq), à Olimpíada Cearense de Ciências Humanas por meio do último Edital Chamada MCTI/CNPq/ FNDCT nº 41/2022 – Olimpíadas Científicas. "Essa iniciativa tem auxiliado muito nessa ação. Entendemos que as Olimpíadas do Conhecimento são os primeiros passos de interesse em diversas áreas científicas", afirmou. O Presidente do CNPq, Ricardo Galvão, esteve com José Eleutério em maio deste ano, quando participou da Jornada da Física, na sede do IFCE, em Fortaleza.
Professor Ricardo Galvão e o aluno José Eleutério
Eleutério falou sobre a experiência fora do país. "É uma oportunidade única, por ser um evento internacional. Minha participação foi possibilitada pelo desenvolvimento científico obtido no IFCE, inclusive nas atividades extracurriculares. Quero agradecer também às minhas colegas Cíntia e Ludimila, pois sem trabalho de equipe essa conquista não teria vindo", disse o jovem.
O professor Maurício, que viajou ao país asiático acompanhando o aluno, também ressaltou a importância desse momento. O docente lembrou que Eleutério foi o único membro da equipe brasileira oriundo de escola pública, e que é a primeira vez que um aluno com essas origens participa presencialmente da fase internacional da competição.
O cearense foi o único aluno do Norte/Nordeste a participar do time brasileiro
"É um feito inédito para a escola pública como um todo e também para o IFCE. Agradeço ao professor Wally Menezes, hoje nosso reitor, e que desde 2017 apoiou a ampliação do nosso Comitê Olímpico Institucional (COI)", destacou o professor. Vale lembrar que, em 2021, Letícia Vieira, mais um talento do campus Juazeiro, integrou a equipe que representou o Brasil no Online Young Physicists Tournament (OYPT), um evento virtual, paralelo à competição presencial (IYPT) que ocorreu na Geórgia.
Competição diferenciada
O Torneio Internacional de Jovens Físicos é uma competição científica entre equipes de alunos do ensino médio. Ele simula a pesquisa científica do mundo real e o processo de apresentação e defesa dos resultados obtidos. Os participantes têm quase um ano para trabalhar em 17 problemas de investigação abertos. Boa parte dos problemas envolve fenômenos fáceis de reproduzir que apresentam comportamento inesperado.
O objetivo das soluções não é calcular ou chegar à “resposta correta”. O torneio é bastante orientado para conclusões, pois os participantes devem projetar e realizar experimentos e tirar conclusões argumentadas a partir dos resultados dos experimentos. A competição em si não é uma disputa "de papel e caneta", mas uma representação de uma discussão científica (ou defesa de uma tese) onde os participantes assumem os papéis de Relator, Oponente e Revisor e são avaliados por um Júri internacional.
A beleza do torneio é que as equipes podem seguir caminhos bastante diferentes para resolver o mesmo problema. Desde que permaneçam dentro da definição ampla da questão, todas as rotas são legítimas e as equipes serão julgadas de acordo com a profundidade alcançada por suas investigações.
Por: Dowglas Lima - Comunicação Social - Reitoria