Os Avanços para a Saúde Pública no Brasil
Os radioisótopos são a base para os radiofármacos, medicamentos compostos por algumas substâncias radioativas, usados para diagnóstico e tratamento de doenças, em especial, diferentes tipos de câncer. Os radiofármacos possibilitam aos médicos verem o funcionamento de órgãos e tecidos vivos por meio de imagens como as tomografias, radiografias e cintilografias. Por isso, com a instalação do Reator Multipropósito Brasileiro, a saúde só tem a ganhar, em especial os usuários do sistema Único de Saúde – SUS que correspondem a apenas 30% da utilização nacional desses tipos de procedimentos.
Essa tecnologia está presente em diversas áreas médicas como a cardiologia, oncologia, hematologia e a neurologia. Com ela, é possível realizar diagnósticos precisos de doenças e complicações como embolia pulmonar, infecções agudas, infarto do miocárdio, obstruções renais, demências. É uma das melhores e mais eficientes maneiras de detectar o câncer, pois define o tipo e extensão de um tumor no organismo, o que ajuda na decisão sobre qual o tratamento mais adequado para cada caso.
O Brasil depende de importação do radioisótopo Mo-99 que dá origem ao radioisótopo TC-99m utilizado em 80% dos procedimentos em medicina nuclear. Houve, após a crise de fornecimento internacional em 2009, a diversificação dos fornecedores desse material radioativo, mas é evidente a dependência brasileira para suprir seus hospitais e clínicas com esse insumo básico para a realização de exames essenciais para o tratamento de saúde de quem precisa.
Anualmente, são realizados cerca de 2 milhões de procedimentos médicos usando radiofármacos. Isso representa um terço das nossas necessidades, e ocasiona um gasto de milhões de dólares com a importação dos radioisótopos necessários para a produção dos radiofármacos. Com o RMB, o país atingirá a autossuficiência no setor gerando uma significativa economia de divisas. Além disso, o excedente da produção poderá ser exportado, já que existem poucos reatores desse porte no mundo, enquanto a demanda por radioisótopos cresce continuamente.
Assim, o Brasil poderá se tornar um centro de referência em medicina nuclear, atraindo investimentos das áreas de saúde, ensino e pesquisa. Pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes áreas deverão buscar oportunidades de participar das atividades do RMB, o que naturalmente promoverá a formação de uma nova geração de mão de obra especializada para a área nuclear e suas correlatas.
O RMB facilitará o desenvolvimento de novos radiofármacos, ampliando as possibilidades de tratamento de um maior número de doenças, para uma quantidade maior de pessoas e a um custo cada vez menor.