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CNEN participará do Exercício do Plano de Emergência da CNAAA com suas três diretorias em ação
O Simulado Geral do Plano de Emergência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) – onde estão localizadas as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 e as futuras instalações de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), inicia amanhã e segue até quinta-feira (30 e 31/10). Tendo como cenário um hipotético um acidente na Central, o objetivo do simulado é avaliar a eficácia do plano, identificar possíveis pontos vulneráveis e aperfeiçoar os procedimentos. Mesmo baseado em uma situação fictícia, o simulado é uma operação de grandes proporções, que envolve entidades civis e militares e a população da região. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) participa da atividade através da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que mobilizou dezenas de servidores em diferentes frentes de atuação, envolvendo estrutura e recursos humanos de suas três diretorias: Gestão Institucional (DGI), Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) e Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS).
Servidores da CNEN participam da atividade exercitando diferentes competências. Especialistas do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), unidade da DPD no Rio de Janeiro, realizarão coleta de amostras de ar, água e solo para análise da presença de material radioativo e também medições de radioatividade em vários pontos da região, entre outras atividades.
A CNEN também enviará representantes da DRS para todos os centros de decisão montados em caso de acidente nuclear: Centro Nacional para Gerenciamento de Emergência Nuclear (Cenagen), Centro Estadual para Gerenciamento de Emergência Nuclear (Cestgen) e Centro de Coordenação e Controle de Emergência Nuclear (CCCEN). Em outra área de atuação, servidores do setor de comunicação social da CNEN, ligados diretamente à Presidência da instituição, trabalharão no Centro de Informações de Emergência Nuclear (CIEN).
Na sede da CNEN, será acionada a Coordenação de Resposta a Emergência (Core), que conta com representantes de todas as diretorias da instituição e está apta a avaliar o cenário do acidente e tomar decisões relacionadas à radioproteção, segurança nuclear, entre outros aspectos ligados aos desdobramentos de uma emergência na área nuclear. É através da Core que o presidente, diretores e demais profissionais da CNEN, em complemento ao trabalho dos técnicos deslocados para Angra dos Reis, podem acompanhar em detalhes um acidente e adotar medidas de resposta à situação emergencial.
Para a CNEN, o simulado permite exercitar suas tarefas e obrigações em um caso de acidente nuclear e também promove um maior entrosamento das diretorias em situações que exigem resposta rápida. A DRS focará nas ações regulatórias, na representatividade junto aos centros de controle e na tomada de decisões envolvendo a situação de emergência. Profissionais da DPD funcionarão, prioritariamente, como braço operacional especializado nas ações técnicas necessárias ao quadro emergencial. À DGI caberá providenciar a logística necessária para que todas estas atividades possam ocorrer, o que inclui disponibilização de recursos financeiros, meios de transporte e também a adequada estrutura de informática, meios de comunicação e ambientes de trabalho, entre outros.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República é o responsável pela supervisão do simulado, já que é o órgão central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON). A coordenação da atividade cabe ao Governo do Estado do Rio de Janeiro. A organização detalhada das ações do simulado foi realizada pelo Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear no Município de Angra dos Reis (Copren/AR). O comitê reúne representantes do GSI, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Eletronuclear, CNEN, Defesa Civil (nacional, estadual e municipais de Angra dos Reis e Paraty), Corpo de Bombeiros e Instituto Estadual do Ambiente (Inea), do Rio de Janeiro.
No Brasil, nunca houve o registro de acidentes relevantes em usinas nucleares. Os simulados do plano de emergência são uma evidência do cuidado extremo que a área nuclear possui em todas as suas ações. As atividades são resultado, justamente, da preocupação em saber o que fazer, com competência e precisão, na remota hipótese de um acidente real. No período de 1996 a 2016, foram realizados anualmente simulados de resposta à emergência nuclear na CNAAA, com a participação de peritos e observadores nacionais e estrangeiros, incluindo integrantes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa troca de experiências já resultou na revisão de legislação do setor e tem permitido um aperfeiçoamento contínuo do plano de emergência.