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Em pronunciamento na Cúpula de Bruxelas, presidente da CNEN defende cooperação internacional e transparência para avanço do setor nuclear
Para que a busca por soluções eficazes no âmbito do setor nuclear alcance sucesso em escala global, é imprescindível priorizar a cooperação internacional. Essa foi a tônica do proncuniamento do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Júnior, no Primeiro Encontro de Cúpula em Energia Nuclear (Nuclear Energy Summit), no dia 21 de março, em Bruxelas. Segundo ele, estratégias isoladas para impulsionar o setor se revelam limitadas diante da complexidade dos desafios enfrentados.
Promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e pelo governo da Bélgica, a Cúpula é a reunião de mais alto nível, até o momento, focada exclusivamente no tema da energia nuclear. Ela vem na sequência da inclusão histórica da energia nuclear no Balanço Global acordado em Dubai, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP-28), em dezembro de 2023, que apelou à aceleração da sua implantação juntamente com outras fontes de energia com baixo teor de carbono.
Em seu pronunciamento oficial, Rondinelli salientou que a Cúpula “atende ao propósito de promover um fórum de alto nível que possibilite identificar necessidades comuns entre os países em relação à geração nucleoelétrica". Ao reforçar que essa avaliação deve abranger toda a cadeia produtiva do ciclo do combustível nuclear, o presidente da CNEN ressaltou, ainda, que isso precisa ser feito “juntamente com a construção, em grande escala, de novas centrais nucleares no mundo".
Desse modo – prosseguiu Rondinelli – elimina-se quaisquer dúvidas quanto à importância do uso da tecnologia nuclear para garantir segurança energética para a população. Ainda em seu pronunciamento, o presidente da CNEN foi categórico ao afirmar que "o tratamento e a destinação segura de rejeitos radioativos, além de um marco regulatório abrangente, que englobe todos os aspectos de segurança, proteção e salvaguardas, já são inerentes a esta fonte de energia".
A participação do primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, e do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, além de líderes de outros governos da Europa, Ásia, África, América do Norte e América Latina e Caribe, evidencia a dimensão da importância da Cúpula de Bruxelas. Os paineis técnicos trataram de discutir as medidas práticas necessárias para aproveitar todo o potencial da energia nuclear visando ao enfrentamento dos desafios globais, bem como propostas para ampliar a inserção na matriz elétrica mundial.
Os painelistas também discutiram fatores que influenciam a construção de plantas nucleares, perspectivas globais, regionais e nacionais para o setor, avanços e inovações tecnológicas e, o mais importante, segundo Grossi, as finanças. “Esta Cúpula é uma oportunidade para os líderes se apoiarem mutuamente à medida que criam as condições para novos reatores nucleares”, disse o director-geral da AIEA.
“Para progredir, precisamos de condições financeiras equitativas. Isso significa que a energia nuclear receberá o tipo de apoio já dado a outras fontes de energia, seja em nível nacional ou por instituições internacionais, como os bancos de desenvolvimento”, complementou.