Notícias
Medicina nuclear é destaque em palestras da SBPC 2024
Tecnologia nuclear para cuidar das pessoas. Esta foi a mensagem propagada em duas palestras de pesquisadores da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), sediada em Belém (PA), entre os dias 8 e 13 de julho.
As apresentações integraram a agenda de palestras com o tema Medicina Nuclear na Expotec, mostra de ciência, tecnologia e inovação, que mobilizou centenas de expositores e milhares de visitantes.
A primeira apresentação foi realizada por Marina Bicalho, farmacêutica e servidora do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), localizado em Belo Horizonte (MG). Com o tema “Saúde e bem-estar: os radiofármacos no combate ao câncer e outras doenças”, a pesquisadora apresentou a experiência com a radiofarmácia na capital mineira e os benefícios dos radiofármacos para o diagnóstico de doenças.
“Independentemente da aplicação na medicina nuclear, estamos cuidando das pessoas. Todos temos familiares, amigos e colegas que já enfrentaram doenças como o câncer. A tecnologia nuclear hoje está disponível para cuidar dessas pessoas e isso motiva cada um de nós”, explica Marina Bicalho (CDTN/CNEN).
Já o colaborador Fellipe Souza apresentou seu projeto de pesquisa desenvolvido no Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), unidade do Rio de Janeiro (RJ). Com o tema “Revolucionando a Medicina Nuclear: biopolímeros carregados com Iodo-131”, Fellipe expôs o desenvolvimento de uma alternativa inédita ao tratamento do câncer de tireoide: o iodo-131 em biopolímero. “Os biopolímeros carregados com iodo-131 são uma alternativa aos tratamentos disponíveis hoje, como a solução líquida e o tratamento com o comprimido rígido, que pode ser difícil de ser deglutido. Essa nova solução visa reduzir a perda de material e reduzir a dose, usando menos material radioativo, sendo mais saudável para o paciente”, informa Fellipe Souza.
Oportunidades de sensibilização e visibilidade
O público da Expotec é diverso. Circulam pela tenda estudantes de graduação, pós-graduação e profissionais formados, além de estudantes de ensino médio, ensino fundamental, bem como grupos de familiares e amigos.
Para isso, é necessário adequar a linguagem da mensagem a cada pessoa. Para Marina Bicalho, o espaço de ter a oportunidade de falar sobre a tecnologia nuclear é de grande importância para sensibilizar as pessoas. “Em vez de falar de ‘diagnóstico por emissão de pósitrons’ ou de ‘terapia a partir de emissor de partículas alfa’ é dizer de que forma a ciência nuclear ajuda os pacientes. A ideia é informar o máximo de público que conseguirmos, sem deixar de falar da tecnologia nuclear e do termo radiofármaco, que as pessoas precisam conhecer”, avalia.
Já para Fellipe Souza, como o trabalho ainda está em fase de desenvolvimento, dar visibilidade ao projeto é um dos principais ganhos da participação na grade de palestras. “Para nós, o importante é chamar atenção para essa nova solução de tratamento e entrar em contato com pessoas que podem somar ao projeto. É bem bacana ter esse espaço para trocas”, comenta.
A participação da CNEN na 76ª Reunião Anual da SBPC contou, ainda, com um estande com trabalhos e aplicações desenvolvidas em suas unidades.
Deize Paiva
Assessoria de Comunicação do CDTN