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CNEN sedia encontro Ancestralidade e Ciência
A Dra. Sônia Guimarães foi uma das principais atrações do encontro Ancestralidade + Ciência, evento que marcou o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e que teve na CNEN uma de suas sedes. Professora associada no Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) e PhD em física pela Universidade de Manchester, no Reino Unido, a cientista é a primeira mulher negra doutora em física no Brasil, título que a levou a se tornar professora no ITA quando o instituto ainda não aceitava mulheres entre seus alunos.
Também integraram a roda de conversa Aline Carvalho, fundadora do Stem for Girls e divulgadora científica nas áreas nuclear e de astronomia, atualmente é desenvolvedora de negócios na Biolinker e atua como presidenta da Olimpíada de Ciências, Tecnologia e Engenharia Nuclear; e Luciana Carvalheira, pesquisadora e vice-coordenadora do programa de pós-graduação do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), além de professora colaboradora do programa de pós-graduação em engenharia nuclear do Instituto de Militar de Engenharia (IME) e uma das idealizadoras da MunaN (Coletivo de Mulheres Negras na Área Nuclear). O debate foi mediado por Nicéa Barreto, jornalista, redatora da WiN Brasil, revisora do Curie Podcast e co-autora do livro do Prêmio Conceição Evaristo de Literatura da Mulher Negra pela Metanoia Editora.
O público presente se emocionou, identificou e inspirou com as experiências compartilhadas. Emocionada por ter encontrado com a Dra. Sônia Guimarães, a estudante Anna Carolina Yu, do Centro Acadêmico CAFIS da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), presente ao evento, sintetizou seu sentimento após encontrar com a pesquisadora. “Eu acho que ela representa o sonho de muitas meninas e mulheres da área de exatas, porque ela mostra para nós que a gente pode, sim, chegar lá. Há cursos muito difíceis para mulheres. Então, nesse meio muito masculino, termos uma mulher como ela é uma emoção muito grande, estar presenciando tudo isso, vendo que podemos, sim, conquistar o que queremos, mesmo que o mundo esteja contra nós, mesmo que o sistema esteja contra nós. A gente unida consegue chegar lá”.
A Dra. Sônia Guimarães afirmou estar muito contente com a presença de mulheres e de mulheres negras e pontuou que será coordenadora de um evento que irá reunir físicos e físicas negras do Brasil e também dos Estados Unidos. Ela contou que a maioria da equipe de organização é composta por mulheres negras. “Eu vejo com bons olhos, vejo a luz no fim do túnel e estou bem contente com os resultados.”
O encontro Ancestralidade+Ciência contou, ainda, com uma apresentação do coral Vozes Nucleares e aconteceu no dia 25 de julho no auditório da CNEN.
O evento foi realizado por Win Brasil (Woman in NUclear) e MunaN (Mulheres Negras na Área Nuclear) e contou com o apoio da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear, UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros - Unifesp)