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CNEN realiza atividades que garantem segurança de reatores e materiais da área nuclear
A garantia da segurança radiológica e nuclear é atividade essencial e altamente sensível, que vem sendo devidamente observada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), entidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Além de todo trabalho rotineiro que vem sendo mantido para o licenciamento e controle das instalações que utilizam tecnologias nucleares, nesta semana a CNEN participou de ações relativas especificamente à segurança de reatores e materiais nucleares. Entre os dias 7 e 11 de maio, especialistas da CNEN acompanharam o transporte de urânio enriquecido de Resende (RJ) para a Argentina. Em outra frente de atuação, no dia 12, profissionais da CNEN no Rio de Janeiro (RJ) e em Angra dos Reis (RJ) realizaram exercício do plano de emergência das usinas nucleares, em atividade que envolveu a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Como vem ocorrendo com todas as instituições públicas e privadas do Brasil e do mundo, as restrições de deslocamento impostas como estratégia de combate à pandemia da COVID-19 afetaram também a rotina da CNEN. O trabalho remoto precisou ser adotado sempre que possível, deixando as ações presenciais para o estritamente necessário. Neste cenário, com atividades bem planejadas e o engajamento de seus profissionais, a CNEN tem conseguido garantir a segurança do setor nuclear.
A Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS) da CNEN segue realizando, através de processos eletrônicos, o licenciamento e controle das unidades que utilizam técnicas nucleares. Nos casos em que seja identificada necessidade, inspeções presenciais estão sendo realizadas. Nas últimas semanas, em Brasília, técnicos da CNEN inspecionaram o aeroporto JK, uma clínica médica e a Universidade de Brasília.
Em unidades de maior porte, como as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 (Angra dos Reis-RJ), a Fábrica de Combustível Nuclear (Resende-RJ) e a atividade de mineração de Urânio (Caetité-BA), as unidades da CNEN e os inspetores residentes específicos destas atividades seguem atuando. Caso ocorram emergências radiológicas, equipes de especialistas de todas as diretorias e unidades da CNEN encontram-se em prontidão para os atendimentos necessários em qualquer parte do território nacional.
Além destas atividades mais frequentes que fazem parte da missão da CNEN de garantir o uso seguro da energia nuclear, ações mais pontuais também estão sendo realizadas. A CNEN participou, de 7 a 11 de maio, de operação de transporte, para a Argentina, de urânio enriquecido. O material nuclear foi fabricado pelas Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). A carga partiu da cidade de Resende (RJ) e foi entregue na Usina Nuclear de Atucha, em território argentino.
Durante o transporte, equipes da DRS/CNEN participaram da operação em diferentes pontos. O trajeto em território nacional foi acompanhado em tempo real. Equipes de segurança física, transporte, emergência e da Coordenação-Geral de Instalações Médicas e Industriais (CGMI) da CNEN permaneceram de prontidão em suas bases e também nas dependências do Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), em Brasília. Este Centro faz parte da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), responsável pela integração das atividades de inteligência e de segurança pública.
O planejamento cuidadoso e a sinergia entre diversas entidades governamentais garantiram o êxito da operação. Coordenada pelo Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON), vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República, a ação contou ainda com a participação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e também de diversas outras instituições federais, estaduais e municipais.
ConvEX-2a
Outra relevante ação específica de segurança nuclear foi realizada no dia 12 de maio. Profissionais da CNEN do Distrito de Angra dos Reis (DIANG), da Coordenação de Reatores (CODRE) e de demais setores da DRS/CNEN participaram do ConvEx-2a, exercício do Plano de Emergência das Usinas Nucleares de Angra dos Reis que teve como objetivos principais: (1) revisar o cenário de simulação de acidentes, (2) determinar os formulários apropriados a serem usados para relatar eventos, (3) determinar qual canal de comunicação usar para reportar acidentes à AIEA, (4) relatar o evento à AIEA através do canal de comunicação escolhido, enviando formulários adequados e (5) enviar dados de monitoramento de radiação para o site de exercícios do “International Radiation Monitoring Information System (IRMS). O ConvEx-2a envolveu um cenário de acidente simulado proposto pela AIEA e contemplou a comunicação entre a autoridade de segurança nuclear competente no Brasil (CNEN/CODRE) e o Centro de Emergência e Incidentes da Agência (AIEA/IEC).
Ao realizar ações como estas, a CNEN reforça que, apesar da situação adversa em função da pandemia, continua cumprindo seu papel regulatório e contribuindo para a manutenção e a segurança das operações envolvendo o uso seguro e pacífico da tecnologia nuclear. Para garantir isso, dentro do contexto atual de distanciamento social, periodicamente são realizadas reuniões online entre dirigentes de unidades, diretores e presidente da instituição. Da mesma forma, recursos de comunicação à distância seguem sendo usados largamente por equipes e lideranças de diferentes setores da CNEN. O Gabinete de Crise analisa a situação da instituição e busca caminhos que possibilitem os melhores resultados dentro da situação atual. Neste contexto, a CNEN segue exercendo suas funções essenciais, entregando à sociedade brasileira a garantia de um setor nuclear onde a segurança é prioridade.