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Segurança e desenvolvimento da área nuclear
CNEN publica Guia para o Licenciamento de Instalações Radiativas na Prática Medidores Nucleares
Orientar o processo de licenciamento de instalações radiativas que utilizam medidores nucleares, de forma a viabilizar a entrada em operação dentro de rigorosos padrões de segurança e radioproteção. Foi com esta finalidade que a Coordenação-Geral de Instalações Médicas e Industriais da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CGMI/CNEN) publicou o Guia para o Licenciamento de Instalações Radiativas na Prática Medidores Nucleares. A publicação apresenta, de forma objetiva e didática, os procedimentos a serem adotados e as informações básicas a serem prestadas nos processos de licenciamento e controle deste tipo de instalação.
As indústrias são as maiores usuárias dos medidores nucleares. Estes equipamentos utilizam fontes radioativas para avaliar parâmetros como espessura e densidade de materiais, umidade e nível de recipientes. Um exemplo é o envase de bebidas em latas, garrafas, entre outras formas de armazenagem. O medidor nuclear identifica incorreções na quantidade de líquido colocada nestes recipientes. Na indústria têxtil é possível monitorar a espessura de tecidos que saem das máquinas de tecelagem. Atualmente, existem no país cerca de 600 instalações ativas que empregam esses dispositivos.A expansão da técnica significa também um aumento de eficiência e produtividade das indústrias brasileiras. Para que isso ocorra, o foco da CNEN é a segurança. O Guia objetiva conciliar esta possibilidade de expandir o uso da técnica com a rigorosa atenção à normatização de licenciamento e controle. “O objetivo do documento é ser referência para o processo de licenciamento das instalações radiativas que atuam na área, tornando os processos mais claros e ágeis”, afirma Alessandro Facure, coordenador-geral da CGMI/CNEN.
O material é destinado a orientar; foi concebido como uma ferramenta facilitadora para quem pretende melhor compreender e aplicar as normas da CNEN, cuja minuciosa observação é necessária para obtenção das licenças destinadas à operação de instalações radiativas. Ao longo de 2020, a CGMI/CNEN disponibilizou diversos guias semelhantes, buscando abranger, em diferentes segmentos, quem já utiliza ou quem pretende utilizar tecnologia nuclear. O material anterior, publicado em dezembro de 2020, tratava-se de um Guia para o Licenciamento e Controle de Instalações Radiativas de Baixo Risco .
Importante salientar que estes guias não têm poder mandatório quanto aos procedimentos de licenciamento, pois isso cabe legalmente apenas às normas da CNEN. O material foi concebido justamente para orientar e facilitar a adequação a estas normas de licenciamento e controle da Comissão. Iniciativas como estas, ao mesmo tempo em que fortalecem a radioproteção nestas instalações, dão orientações, esclarecimentos e método para que o licenciamento ocorra dentro do rigor normativo e as instalações consigam atingir o padrão de segurança necessário para entrar em operação.
Com isso, o Brasil pode fazer um uso mais amplo das técnicas nucleares em seus diferentes segmentos de atividades produtivas, pois pode aumentar o número de instalações nucleares devidamente habilitadas, sem que haja qualquer concessão na segurança e radioproteção e com o rigor normativo que a CNEN aplica em todas as suas ações de licenciamento. Estas medidas contribuem fortemente com a missão da CNEN, de levar os benefícios da energia nuclear, de forma segura e pacífica, a um número cada vez maior de brasileiros.