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Segurança em foco
CNEN participa do simulado parcial de resposta à emergência nuclear da CNAAA
O Exercício Parcial de Resposta à Emergência e Segurança Física Nuclear relacionado à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis (RJ), onde estão situadas as usinas Angra 1 e Angra 2, licenciadas pela CNEN, autarquia vinculada ao MCTI, foi realizado em 21 de outubro e ganhou contornos de ineditismo em sua execução. Com o envolvimento de 60 instituições participantes e pouco mais de uma centena de profissionais na elaboração de todo o planejamento, foi o primeiro no mundo a ser colocado em prática durante uma pandemia (Covid-19). Os cenários hipotéticos que desafiam a pronta resposta das equipes integram Exercícios parciais em ano par e gerais em ano ímpar. O objetivo é avaliar a eficácia do Plano de Emergência Externo, identificar pontos vulneráveis e aperfeiçoar procedimentos, possibilitando treinar a estrutura de resposta à emergência e segurança física nuclear.
Às 8 horas foi iniciado o Exercício Parcial de Resposta, que tem a supervisão do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), Órgão Central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON). Em formato de Exercício de Mesa, foi voltado especialmente aos quatro centros de gerenciamento de emergências (CNAGEN, em Brasília, CESTGEN no Rio, CCCEN e CIEN em Angra dos Reis), sem envolver mobilização de equipes de campo. Em todos esses centros parte dos profissionais atuou de forma remota e outra parte no presencial. Foram realizados testes de detecção para Covid-19 e seguidos todos os protocolos recomendados pelas autoridades médicas e sanitárias.
O grupo de inspetores residentes da CNEN acompanhou no local o evento, que teve a participação ainda da Coordenação de Resposta a Acidentes Nucleares (Coran), da sede da autarquia. Para o diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN em exercício, Alessandro Facure, "esse tipo de Exercício reflete a prudência que a área nuclear emprega constantemente em todas as suas atividades". O gestor destacou ainda os incidentes hipotéticos e cenários criados, que exigiram pronta resposta. "Além da capacidade de ativar os centros de emergência, é verificada a capacidade de coordenação, comando e controle e a eficiência da logística para atender a uma emergência", afirmou.
No Exercício de Mesa, as organizações respondedoras apresentam seu planejamento e simulam a implementação dessas soluções. Dentre as principais organizações presentes, CNEN, Eletronuclear, Ministério da Defesa, Abin, Ibama, Inea, Sipron, Defesa Civil Municipal de Angra e a Defesa Civil de Parati. Quando foi iniciado o amplo planejamento, não se podia imaginar que o cenário seria exercitado em meio a uma pandemia.
De forma inédita o exercício foi realizado em conjunto com o Copresf, Comitê de Planejamento de Resposta a Evento de Segurança Física Nuclear. O cenário do Exercício de Mesa incorporou vários desafios de forma a alcançar níveis de classificações de emergência cada vez maiores. A CNEN participou especialmente no desenvolvimento do cenário operacional e, via Coran, em simulações com o Código Argos, que realiza projeções sobre eventual liberação de pluma radioativa na atmosfera para fornecer subsídios ao centro da emergência. Além das avaliações de segurança, também a Coordenação de Resposta a Emergência (Core) participou do exercício, com representantes da Presidência da CNEN, de suas três diretorias e da Procuradoria Federal da instituição, que estão aptos a tomar decisões relacionadas à radioproteção, segurança nuclear, entre outros aspectos.
Uma das ações promovidas pelo IRD/CNEN ao longo dos anos é a capacitação de profissionais envolvidos na pronta resposta a eventos radiológicos e nucleares. Pelo instituto, já foram treinadas mais de 8 mil pessoas, instituições e profissionais de organizações públicas e privadas, como Forças Armadas, Polícia, Defesa Civil, Bombeiros, órgãos ambientais, entre outros.
Enfim, uma estrutura minuciosamente pensada que a cada Exercício é testada e aperfeiçoada. Nesta quinta, 22, foi realizada uma reunião de avaliação dos respondedores do evento em Angra dos Reis. O chefe do Distrito da CNEN em Angra, Jeferson Borges, participante dessa reunião, lembrou ainda que o Brasil faz parte de um acordo de cooperação técnica de assistência para emergências com a Agência Internacional de Energia Atômica e a CNEN é o ponto de contato. Nesse contexto, também é realizada a comunicação sobre o Exercício com o organismo internacional. Às 16h55min do dia 21/10, o simulado foi declarado encerrado. Mas o trabalho segue, em prol da proteção das pessoas e do meio ambiente.
Texto: Lilian Bueno - Ascom IRD/CNEN
Imagens do sistema Argos |
CIEN . |
CCCEN |
Reuniões preparatórias para o simulado |
Colégio Naval de Angra dos Reis |
Teste para COVID, um dia antes do simulado |
Fotos: Comunicação CNEN