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CNEN destaca êxito na transferência de elementos combustíveis da usina Angra II para Unidade de Armazenamento Complementar
A primeira fase da segunda campanha de transferência de elementos combustíveis irradiados da usina Angra 2 para a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS) foi finalizada com êxito na última semana de agosto. No total, 480 elementos combustíveis usados foram movidos de Angra 2 para a UAS, em uma operação que teve início em setembro de 2022, quando a operadora expressou formalmente seu interesse em firmar contrato com a empresa Holtec e submeteu à CNEN o escopo e o planejamento da operação.
A segurança dos trabalhadores e do público foi priorizada em cada etapa do processo, graças a um rigoroso trabalho regulatório conduzido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Durante dois anos, especialistas da CNEN avaliaram detalhadamente os relatórios técnicos da Eletronuclear e realizaram inspeções e auditorias minuciosas. A coordenadora de Reatores, Nelbia Lapa, ressaltou a importância desse esforço conjunto, afirmando que “o compromisso com a segurança nuclear, evidenciado pelo empenho do corpo técnico da operadora e do regulador, reflete nossa responsabilidade com a sociedade.”
Para acelerar o licenciamento da segunda campanha e assegurar que não houvesse impactos regulatórios, especialistas da Eletronuclear (ETN) e da CNEN realizaram uma série de reuniões para abordar modificações nas condições previamente autorizadas para a utilização da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco (UAS).
Além das questões técnicas, como a transferência de calor nas estruturas, a proteção radiológica ambiental e os cálculos de dose para os indivíduos ocupacionalmente expostos, essas reuniões também trataram de ações e tarefas relacionadas às salvaguardas, garantindo que o material nuclear fosse monitorado e contabilizado conforme os requisitos internacionais.
O coordenador-geral de Reatores e Instalações do Ciclo do Combustível, Daniel Palma, destacou que "a reavaliação técnica abrangente, que incluiu temas variados como a segurança física do armazenamento e o cumprimento dos protocolos de salvaguardas, foi essencial. Sem a sinergia entre os serviços da CODRE, a atuação eficiente dos Inspetores Residentes e o comprometimento dos gestores de ambas as instituições, poderíamos ter enfrentado atrasos regulatórios, o que, felizmente, foi evitado."
Agora, com a primeira fase concluída com sucesso, uma segunda etapa dessa campanha já está sendo planejada para o próximo ano. A CNEN continuará a desempenhar um papel vital não apenas no licenciamento da instalação, mas também na supervisão das atividades de salvaguardas, que são fundamentais para os planos de operação de longo prazo da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).