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Alejandro Zurita abre programação de 2017 do ciclo de palestras "Grandes Nomes, Grandes Temas"
Alejandro Zurita em palestra na sede da CNEN
Visita de Zurita ao IEN Zurita nas instalações do IRD
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) reiniciou na tarde desta quarta-feira (22/2) o ciclo de palestras "Grandes Nomes, Grandes Temas". O primeiro palestrante deste ano foi o chefe de Ciência, Tecnologia e Inovação da Delegação da União Europeia no Brasil, Alejandro Zurita. Ele falou sobre o programa de pesquisas da Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom) e das possibilidades de cooperação bilateral com o Brasil.
Zurita apresentou em sua palestra a estrutura da Euratom e seus principais mecanismos de financiamento e cooperação com projetos que visem o desenvolvimento e segurança das aplicações da energia nuclear. Ele incentivou os profissionais brasileiros do setor a apresentarem projetos para avaliação da entidade. Informações sobre estes mecanismos de apoio podem ser obtidas no site da instituição: http://ec.europa.eu/euratom .
O ciclo de palestras “Grandes Nomes, Grandes Temas” foi criado em 2016 como parte das comemorações pelos 60 anos da CNEN. No ano passado, foram realizadas oito palestras dentro da programação deste projeto, que visa promover encontros do público com especialistas brasileiros em diferentes temas e áreas do conhecimento. As palestras ocorrem na sede da CNEN, no Rio de Janeiro, e também em unidades de pesquisa da instituição.
O palestrante que abriu as atividades deste ano, Alejandro Zurita, estudou Engenharia Nuclear (Barcelona, 1978), tem doutorado em segurança nuclear (Hannover, 1985) e mestrado em Política Internacional (Bruxelas, 2000). Zurita produziu cerca de noventa artigos e demais publicações sobre assuntos relacionados à área nuclear.
Desde setembro do ano passado, Alejandro Zurita é chefe de Ciência, Tecnologia e Inovação (STI) da Delegação da União Europeia no Brasil. Ao longo de sua carreira, atuou em instituições privadas e públicas da área nuclear. Entre as atividades que desenvolveu, trabalhou para o Conselho de Seguridade Nuclear no comissionamento da usina nuclear Trillo-1 (Espanha), na indústria nuclear alemã Siemens-Kraftwerk Union, no reator de pesquisa High Flux Reactor - HFR (Holanda), e nos programas de pesquisa, desenvolvimento e cooperação internacional da Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom) no campo da fissão e fusão nucleares.
O palestrante foi também representante da Euratom em diversos grupos de alto nível com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a Agência de Energia Nuclear (NEA) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e outras instituições, e também em todos os comitês de coordenação dos acordos bilaterais da Euratom com outros países. Dr. Zurita também participou do estabelecimento da Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES) e do desenvolvimento de normas de segurança de reatores de pesquisa.
Alejandro Zurita em palestra na sede da CNEN (22/02/2017)
Visita a unidades da CNEN no Rio de Janeiro
Alejandro Zurita reservou um dia de sua programação no Rio de Janeiro para conhecer outras duas unidades da CNEN. Na terça-feira (21), ele visitou as instalações do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) e também do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN). Zurita esteve acompanhado do físico Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, membro da Comissão Deliberativa da CNEN. Também esteve presente o responsável pela Coordenação-Geral de Assuntos Internacionais (CGAI) da CNEN, Cristóvão Araripe Marinho.
No IEN, Zurita conheceu as instalações do reator nuclear de pesquisas Argonauta e os laboratórios de Interface Homem-Sistema (LABIHS), Realidade Virtual (LabRV) e Termo-Hidráulica (LTE). Em reunião com a diretoria do Instituto e alguns de seus pesquisadores, o visitante apresentou o programa de pesquisas da Euratom e as possibilidades de cooperação bilateral com o Brasil, no intuito de estreitar os laços de cooperação.
Na visita ao IRD, Zurita foi recebido pela chefe da Divisão de Física Médica, Ana Dovales, e conheceu atividades dessa e de outras quatro áreas: Emergência, Metrologia, Dosimetria e Radioproteção. O visitante também conheceu o laboratório da estação de monitoramento global capaz de identificar sinais de partículas radioativas e gases nobres liberados na atmosfera, que integra uma rede da ONU. Dados de todas as estações distribuídas pelo mundo são transmitidos para o Centro de Dados Internacional da Comissão Preparatória para a Organização do Tratado para a Proibição Completa de Testes Nucleares.
Zurita destacou a importância de se ter projetos e programas nacionais. E afirmou que as possibilidades e potencialidades brasileiras não estão totalmente exploradas no quesito cooperação, especialmente com outros países. “Há ciência de qualidade sendo feita no Brasil, mas precisamos enfatizar que a ciência é internacional e a tendência de quem produz ciência é apoiar a cooperação internacional”. Em breve apresentação para pesquisadores do IRD, ele considerou fundamental a participação ativa em fóruns internacionais e um caminho para essa atuação seria a utilização de plataformas existentes no cenário científico internacional. Sobre este tema, Aragão afirmou ser muito oportuno ter um conselheiro científico da União Europeia em Brasília. “Um dos grandes desafios da ciência brasileira é a sua internacionalização”, disse.
De acordo com o diretor do IRD, José Ubiratan Delgado, há muitas possibilidades de fomentar parcerias e os resultados do instituto mostram claramente áreas de oportunidades para ampliar ainda mais o alcance de projetos voltados ao interesse da sociedade, como uso médico das radiações, proteção radiológica, ensino e treinamento em tecnologia nuclear, metrologia das radiações, dosimetria.
Sobre as possibilidades de projetos colaborativos, o presidente da CNEN, Renato Machado Cotta, ressaltou que Zurita apresentou um leque de oportunidades oferecidas pela Euratom nas áreas de fissão e fusão, de forma a estimular que a CNEN e demais atores da área nuclear do país se engajem em projetos de cooperação internacional com países da União Europeia.
Cotta acredita que o Brasil precisa dar mais atenção a oportunidades como as oferecidas pela Euratom. “Ficou bem clara a baixíssima participação do Brasil até aqui nesse programa, e a ênfase dada pela Euratom à área de fusão nuclear, onde a CNEN tem excelentes perspectivas de colaborar em temas como materiais e interação plasma-parede. No tocante à fissão nuclear, os temas de rejeitos radioativos e proteção radiológica também foram enfatizados pelo Dr. Zurita. Sua visita abre uma nova perspectiva de suporte à pesquisa e cooperação com a União Europeia, sem prejuízo de outras iniciativas com os países-membros, individualmente”, concluiu Cotta.
Próximas palestras do “Grandes Nomes, Grandes Temas”
A programação de 2017 do “Grandes Nomes, Grandes Temas” já tem outras duas atividades previstas. No dia 7 de março, o palestrante será Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, doutor em Física, membro da Comissão Deliberativa da CNEN e atualmente coordenador de um projeto na área de fusão nuclear na instituição. Ele falará sobre como a ciência, a tecnologia e a inovação contribuíram para garantir a sobrevivência e segurança da humanidade ao longo dos séculos. No dia 29 de março, o palestrante Ronald Cintra Shellard, doutor em Física e diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), abordará o tema “O Universo Extremo visto da América Latina”.
Informações: Comunicação Sede/IEN/IRD