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Vilas do Projeto São Francisco discutem gestão socioprodutiva de lotes irrigados
Comunidades são formadas por 848 famílias que viviam na faixa de implantação das obras e que foram reassentadas pelo Governo Federal
Brasília-DF, 13/2/2020 - Organização, participação comunitária e associativismo para promover o desenvolvimento econômico. Esta já é uma realidade nas 18 Vilas Produtivas Rurais (VPRs) do Projeto de Integração do Rio São Francisco. Juntas, as comunidades fomentam ideias criativas para a gestão socioprodutiva de lotes que receberão sistemas de irrigação, a partir de investimentos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). A ação é parte dos programas socioambientais em execução pelo Projeto.
Criado por membros das associações de moradores das VPRs, o ‘Fórum das Vilas Produtivas Rurais’ reúne, a cada três meses, lideranças dessas comunidades para fomentar ideias, discutir problemas e encontrar respectivas soluções, sempre de acordo com a realidade de cada lugar.
O encontro mais recente foi realizado na VPR Baixio dos Grandes, em Cabrobó (PE), no Eixo Norte do Projeto São Francisco. Durante as atividades, o presidente da associação de moradores local, Webiston Gonçalves, destacou a expectativa de que os debates também contribuam para fortalecer práticas relacionadas ao uso sustentável da água. “Nós podemos trocar experiências, discutir soluções para as dificuldades de hoje e, futuramente, a partir deste planejamento prévio, melhor administrar a água nos lotes irrigados. Queremos contribuir, pois somos os maiores conhecedores da realidade de cada uma das 18 VPRs”, disse.
Organizar e promover espaços para a troca de experiências, bem como firmar parcerias com instituições dedicadas ao desenvolvimento da agricultura familiar é um passo a mais no protagonismo das Vilas Produtivas Rurais, observa Helena Barros, representante do Ministério do Desenvolvimento Regional.
“Vemos com bons olhos a realização dos fóruns e a organização entre as VPRs. Esta iniciativa é uma forma de fortalecimento das associações. É algo que o MDR vem estimulando desde antes e, também, após o processo de transferência das famílias, pois de nada valeria o investimento e as benfeitorias se as comunidades não estiverem organizadas para desenvolver um bom trabalho no campo organizacional e socioprodutivo, buscando novos parceiros e acessando políticas públicas”, explica.
Para Cláudio Gonçalves, presidente da associação de moradores da VPR Cacaré, em São José de Piranhas (PB), o Fórum é de grande importância para as comunidades enquanto poder de articulação. “Ele serve justamente para fazer com que passemos a pensar no coletivo. Eu acredito que as Vilas só vão ganhar um grau maior de desenvolvimento quando começarem a compreender a sua função social dentro do Projeto São Francisco”, enfatizou.
Vilas Produtivas Rurais
O Projeto de Integração do Rio São Francisco mudou a realidade de moradores na faixa de implantação das obras. Ao todo, 848 famílias foram reassentadas em 18 Vilas Produtivas Rurais nos estados do Ceará, da Paraíba e de Pernambuco.
As VPRs contam com casas de 99 m², postos de saúde, escolas, praças, quadras poliesportivas, campo de futebol, centro comunitário, além de rede de água, esgoto e energia elétrica. Os moradores também recebem setores produtivos, com no mínimo cinco hectares por beneficiário, sendo um destinado à irrigação.
As famílias contam ainda com visitas periódicas de técnicos do Ministério e participam de capacitações e oficinas, que têm o objetivo de garantir a reinserção e a organização socioeconômica dessas comunidades.
As Vilas Produtivas Rurais integram o Programa de Reassentamento de Populações, um dos 38 programas socioambientais do Projeto São Francisco.