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Vilas criadas pelo Projeto São Francisco são símbolo do progresso do Nordeste
Das 18 comunidades rurais construídas para o reassentamento de moradores, 16 já estão habitadas por 623 famílias
"Se tivesse tido a sorte de ser moço hoje, realizaria meu sonho de ser doutor. Mas na minha época, a gente nascia para trabalhar na roça". A frase de Gilson Souza, 40 anos, motorista profissional, resume bem o sentimento dos moradores da Caatinga nordestina quando o assunto é o desenvolvimento da região nos últimos 14 anos. Nesta sexta-feira (6), quando a presidenta Dilma Rousseff chegar para visitar a segunda estação de bombeamento (EBI-2) do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em Cabrobró (PE), exatamente às 15h30, os nordestinos terão mais um motivo para manter seu orgulho de pé.
"O senhor não tem ideia da brenha (matagal) que era minha casa. Um grogotó (lamento). A gente chorava, era muito triste. Não tinha água, moço", comenta Damiana Pereira Matias, 56 anos, uma das moradores da Vila Produtiva Rural (VPR) Recanto, em Penaforte, no Ceará. "Não acreditava que iria ganhar essa casa". Ela, com sua família, é uma das milhares de retirantes que viviam isolados no sertão e que tiveram suas terras desapropriadas para a passagem da obra que transforma a paisagem local.
A transposição do Rio São Francisco já entregou 16 vilas. Há ainda mais duas em processo de finalização. Além da infraestrutura, como banheiro dentro de casa e sumidouro, têm escola e posto de saúde. Ficar próximas das estradas que cortam a região, possibilitando que o sertanejo complete seus estudos nos municípios, é outras das vantagens citadas. Cada vila tem de 17 a 145 famílias, dependendo da região. "Ah, meu filho. Agora a gente mora tudo perto um do outro. Isso é muito bom".
Fonte: Blog do Planalto