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Veja trechos da entrevista do ministro Fernando Bezerra Coelho no Rio de Janeiro nesta sexta-feira
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, participou de reunião, nesta sexta-feira (04/01), com o governador do Rio, Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro. Eles discutiram a situação do estado com as chuvas dos últimos dias e visitaram áreas mais atingidas. Após a reunião, o ministro participou de entrevista. Confira, a seguir, declarações do ministro Fernando Bezerra Coelho no Rio de Janeiro.
Mudança de cultura
"Gostaria de destacar o empenho e a eficiência da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. É evidente que essas ocorrências de fortes chuvas, causando prejuízos materiais e, infelizmente, ainda o prejuízo de vidas humanas, sempre leva a gente a questionar da efetividade das medidas que vêm sendo tomadas, seja pelo governo federal, seja pelo governo do estado e pelos governos municipais. Mas o balanço que nós queremos fazer é um balanço positivo. Na verdade nós estamos tratando de mudar a cultura de uma sociedade. Como orientou a presidenta Dilma: Para mudar a política de defesa civil nacional é preciso gastar menos nas obras de remediação e mais nas obras de prevenção. E esse esforço está sendo feito."
Investimentos no Rio de Janeiro
"Hoje o Governo Federal, só na área de drenagem e reforço de encostas e contenção de morros, tem contratado em diversos estados brasileiros financiamentos ou transferências de recursos da ordem de R$ 20 bilhões. O estado do Rio de Janeiro é o estado que recebe a maior parcela desses recursos, pouco mais de 20%, ou seja, R$ 4,3 bilhões, dos quais mais de R$ 1,3 bilhão estão em obras em execução."
Mudança na legislação
"Essas obras de prevenção e que estão sendo realizadas em áreas de risco deveriam ter um tratamento pela legislação de forma diferenciada. O governo do Rio de Janeiro, inclusive, provocou esse debate o ano passado, quando levou a discussão para o Tribunal de Contas da União. É importante também que a gente inaugure esse debate de rever a legislação para permitir maior celeridade na execução das obras - e também os próprios governos Federal, Estadual e Municipais reverem seus procedimentos internos para que possamos agilizar a execução dessas obras."
Mobilização
"No que diz respeito ao atual verão, que está apenas iniciando, os climatologistas e meteorologistas indicam que o período crítico vai de 15 de dezembro a 15 de fevereiro. Portanto, é preciso manter todas as equipes mobilizadas, de plantão. A Força Nacional de Emergência já se encontra aqui no Rio de Janeiro desde o final do ano passado. Técnicos da Defesa Civil Federal trabalham de forma cooperada com a Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. Estamos instalando outros escritórios da Força Nacional de Emergência nos estados do PR, SC e RS, já temos também escritório instalado em MG para também acompanhar a evolução das chuvas nesses estados. Então nós acreditamos que os esforços que estamos fazendo de melhorar nossa capacidade de prevenção, de melhorar os alertas, de capacitar, de treinar e de realizar simulados já começam a produzir respostas positivas."
Monitoramento
"Todo o objetivo de uma boa política de defesa civil é reduzir o número de óbitos e mitigar os prejuízos materiais, então, se compararmos os números de 2012 em relação aos de 2011 nós vamos ver uma drástica redução no número de óbitos e uma redução no número da população afetada. Ainda não está bom, todos nós sabemos da deficiência que ainda ocorre nos municípios, nos estados e na própria União, mas nós estamos caminhando rumo a uma direção. O exemplo disso é o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, cujo espaço era de 60 m2e agora é de 600 m2, antes tinha pouco mais de 15 técnicos e profissionais, e hoje tem mais de 90 em regime de plantão 24 horas por dia. Nós não podemos evitar o desastre natural, porque ele é inevitável, é fruto do clima, do aquecimento global, e tem ocorrido com maior intensidade e maior severidade. Porém nós temos que melhorar a nossa capacidade de prever esses desastres naturais, de alertar a população a tempo."
Transferência de recursos
"Nós vamos ajudar o Governo do Estado do Rio de Janeiro e as prefeituras que estão demandando já as primeiras transferências de recursos. Vamos atender na linha dos recursos de assistência à população e de reconstrução dos cenários destruídos, permitindo que as áreas que foram destruídas possam voltar à normalidade."