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Total de recursos disponibilizados via FNE mais que dobrou em 2018
Financiamentos na área de atuação da Sudene alcançaram a marca de R$ 32,6 bilhões, valor 104% maior que no ano anterior
O volume de crédito concedido via Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) mais que dobrou em 2018, na comparação com o ano anterior. Ao todo, empreendedores dos nove estados da região e das porções Norte do Espírito Santo e de Minas Gerais - área de abrangência da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) - utilizaram cerca de R$ 32,6 bilhões. Os valores são administrados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e concedidos por meio do Banco do Nordeste (BNB). Mais R$ 23,7 bilhões estão disponíveis para investimentos em diversos setores neste ano.
Uma das empresas que recorreram ao FNE para alavancar seus negócios foi a Atlantic Energias Renováveis, que captou recursos para a construção de cinco parques eólicos no município de Lagoa do Barro (PI). A planta terá 65 aerogeradores com capacidade para produção de 195 megawatts (MW). Segundo o diretor financeiro da companhia, Vasco Barcellos, as condições para a aquisição e quitação do financiamento são um diferencial para empreendimentos de grande porte.
"O tipo de linha que o BNB consegue oferecer com os recursos do FNE é mais adequado ao perfil de geração de receitas e de caixa desses empreendimentos de energia elétrica, que têm um prazo muito longo. Para se ter uma ideia, os contratos de venda desses parques eólicos costumam ser de 20 anos. Então, com esses recursos, o banco consegue montar estruturas de financiamento e de amortização que se alinham muito bem. Isso é fundamental para garantir a execução desses investimentos", destacou.
O FNE é um dos três fundos constitucionais criados para implementar a política de desenvolvimento regional e reduzir as desigualdades entre as diferentes áreas do País - os outros são o do Centro-Oeste (FCO) e do Norte (FNO). Apesar de oferecer condições atrativas também a grandes investidores, os recursos são voltados, prioritariamente, a atividades de pequeno e médio porte. Para o setor rural, inclusive, as taxas de juros são as mais baixas de mercado e contemplam agricultores familiares por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Por estado
Em 2018, a Bahia foi a unidade da Federação que mais utilizou recursos do FNE em valores absolutos: R$ 9,2 bilhões. Na sequência, aparecem Pernambuco (R$ 4,5 bilhões), Ceará (R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Norte (R$ 3,1 bilhões), Maranhão (R$ 2,7 bilhões), Piauí (R$ 2,5 bilhões), Minas Gerais (R$ 2,2 bilhões), Paraíba (R$ 1,4 bilhão), Alagoas (R$ 1,1 bilhão), Sergipe (R$ 805 milhões) e Espírito Santo (R$ 340 milhões).
Empreendedores da região contrataram um total de recursos 104% maior que no ano anterior, 2017, quando foram utilizados R$ 15,9 bilhões do FNE. Em termos percentuais, Minas Gerais foi o grande destaque em 2018, com um aumento de 257% no volume de recursos empregado em relação a 2017. No Rio Grande do Norte, esse aumento foi de 186%, enquanto o Ceará registrou elevação de 160%. Alagoas (147%), Espírito Santo (128%), Bahia (117%), Pernambuco (110%), Maranhão (70%), Paraíba (57%), Sergipe (33%) e Piauí (8%) aparecem logo depois.
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