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Sistema holandês de modulação simula ação das enchentes
O engenheiro civil Adri Verwey fez uma apresentação sobre a "Experiência na Gestão e Modelação de Enchentes" na Holanda, país que possui mais de 60% do território sujeito a enchentes. A palestra, ministrada hoje (13/04) no I Seminário Internacional sobre Gestão Integrada de Riscos e Desastres, tratou principalmente das tecnologias usadas para conter o avanço das águas.
O sistema de drenagem holandês começou há mais de 400 anos, com a construção de moinhos de vento. Em 1916, ocorreu a primeira grande enchente, o que levou a grandes gastos para a proteção dos avanços marítimos. No ano de 1953, outro desastre marcou o país. Em 1995 e 1999 quase ocorreram novas catástrofes, dessa vez causado pela cheia dos rios.
Devido ao risco constante, a Holanda investe permanentemente na prevenção de enchentes. Segundo o engenheiro, "a Holanda chega a gastar 1% do PIB para proteção". Os cuidados vão desde barreiras físicas, como diques, até um avançado sistema de modelação de enchentes, capaz de simular a propagação da água pelo território.
Esse sistema tem diversas aplicações, como a ajuda na organização de evacuações populacionais, o cálculo de danos causados pela ação das águas e a análise das conseqüências de uma possível quebra de dique. A fim de exemplificar, foi mostrado um diagnóstico do Tsunami que ocorreu no Japão no mês de março. Com a simulação em 3D, é possível observar o caminho das ondas gigantes pelo oceano, o que permite prever o momento em que onda chegará aos outros países.
O sistema também recebe, a todo instante, informações meteorológicas de várias localidades do mundo. A partir disso, modelos matemáticos avançados permitem realizar várias simulações, permitindo, por exemplo, prever o nível de precipitação e, também, as suas conseqüências. A ideia é implementar esse sistema em todo o mundo, criando um banco de dados unificado.
Outra arma na luta contra as enchentes é o criterioso cuidado na manutenção dos diques. Helicópteros equipados com sensores são capazes de detectar deteriorações na estrutura. Assim que um mínimo desgaste é localizado, a manutenção é realizada.
Na visão do assessor especial do Ministério da Integração Nacional, José Machado, conhecer o trabalho de prevenção já desenvolvido em outras nações está sendo bastante válido. "Estamos aprendendo com as experiências dos outros países, que já consolidaram uma gestão de risco eficiente. Com dados e planejamento, podemos implantar no Brasil um sistema de riscos e desastres que funcione verdadeiramente", ressaltou.