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Simulação de enchente mobiliza população do município alagoano de Atalaia
Treinamento prático com moradores de áreas de risco foi realizado na tarde do sábado (13)
Implantar a cultura da prevenção para evitar acidentes e salvar vidas. Essa foi a proposta do simulado de preparação de desastres naturais, realizado na tarde do sábado (13), com a população de Atalaia, município situado a 43 quilômetros de Maceió. A atividade foi desenvolvida pelo Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, em parceria com as coordenações da Defesa Civil Estadual e Municipal, além de outros órgãos alagoanos.
Fatores como a geografia, a proximidade com o Rio Paraíba e a estrutura organizada da Defesa Civil municipal - que conta com sala de situação e equipamentos que ajudam a monitorar áreas de risco eminente -, influenciaram na escolha do município. Além dos coordenadores de Atalaia, representantes da Defesa Civil de dezesseis cidades em torno do Rio Paraíba participaram da Oficina de Preparação Para o Período de Chuvas na Região Nordeste, que aconteceu entre os dias 8 e 12 de abril, com a presença de integrantes da comunidade.
O simulado, etapa final do treinamento contra os desastres naturais envolveu 290 pessoas. Estiveram na atividade moradores das ruas da Burarema, Beira Rio, Matadouro e Avenida Paraíba, regiões pontuadas como as quatro maiores áreas de risco da cidade. A ação teve como principal objetivo preparar os atalaienses para o amparo diante de enchentes, alagamentos e deslizamentos de encostas.
"O simulado é fundamental para a mobilização, tanto da comunidade quanto da equipe da Coordenação da Defesa Civil, bem como dos outros órgãos do município e do estado. Ele é importante porque através dessa atividade nós fazemos o treinamento para desocupação das áreas de risco. Assim, no momento de um desastre, a comunidade tem como se proteger e garantir a sobrevivência da sua família", explica a técnica especializada da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, Verena Martins.
A técnica reforça que o governo federal se preocupa com a estruturação da Coordenação da Defesa Civil nos municípios devido a sua importância na atuação, especialmente na prevenção de desastres. Ela explica que as cidades que contam com um órgão de Defesa local, com coordenação e equipes técnicas empenhadas, têm melhores respostas nas ações de proteção da comunidade, ajudando até mesmo na redução de tragédias com vítimas.
Treinamento
Durante o simulado, a população treinou a rota de fuga para os pontos de apoio e seguiu até a Escola Municipal Antônio Amâncio, unidade escolhida para receber os desabrigados em caso de desastres. As famílias fizeram cadastro, receberam atendimento médico e orientações de assistentes sociais sobre as regras de socialização em ambientes coletivos. "Peixotinho", personagem criado a partir de uma campanha realizada pelo Estado, orienta as crianças sobre as ações da Coordenação da Defesa Civil.
Para o líder comunitário José Sérgio Azevedo da Silva, a iniciativa aproxima a Defesa Civil da população, gerando mais segurança e tranquilidade às famílias de Atalaia. "Nesse treinamento aprendemos como escapar de catástrofes e salvar nossos entes queridos, evitando o pior. Nós temos que estar preparados. E para isso existe a Defesa Civil que vem nos ajudando", avalia, ressaltando a grande participação da comunidade no simulado.
Avaliando o simulado, a técnica da Secretaria Nacional de Defesa Civil elogiou o desempenho dos profissionais do município, que atuaram conforme o plano de contingência elaborado pelos representantes das três esferas da Defesa Civil. "Nós temos crianças, adultos o que significa dizer que não foi um simulado apenas para chefes de família e sim com as famílias. A gente sabe que a garantia da segurança é para todos", explicou.
Maria Anieudes perdeu a casa que morava com a família em 2010, durante a enchente do Rio Paraíba, e encara o simulado como um aviso à população. "Essa atividade serve de alerta a todas as pessoas que moram em áreas de risco, na beira do rio é um horror quando a água sobe. Quando enche a gente não tem previsão de nada, estamos sempre desprevenidos. Temos que nos preparar e ensinar quem não sabe como se defender", ressalta.