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Segurança hídrica permitirá ao País ter vantagem competitiva no futuro, afirma ministro
Segundo Gustavo Canuto, é necessário compreender as especificidades de cada bacia hidrográfica para garantir oferta de água para toda a população
Brasília-DF, 13/6/2019 – A preservação dos recursos hídricos é essencial para garantir o fornecimento de água para consumo humano e atividades econômicas, além de permitir que o Brasil tenha uma vantagem competitiva no futuro. A avaliação foi feita pelo ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Gustavo Canuto, durante palestra no Seminário Segurança Hídrica, organizado hoje (13) pelo jornal Correio Braziliense, em Brasília. “O Brasil tem 12% da água doce do planeta. Muito em breve, essa será a maior vantagem comparativa e competitiva do País em relação ao resto do mundo. Temos muita água, concentrada principalmente na Bacia Amazônica, mas precisamos usá-la melhor para beneficiarmos nossa população como um todo”, afirmou Canuto.
Um dos meios para garantir a perenidade das águas está no investimento em infraestrutura. Para tanto, o MDR elaborou o Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH) , que recomenda estudos, projetos e obras hídricas como barragens, canais, eixos de integração e sistemas adutores para garantir o fornecimento de água à população brasileira.
A projeção feita com base na realidade atual para 2035 é que, sem as ações e investimentos propostos no PNSH, 29% das Unidades Territoriais de Análise estarão críticas quanto ao fornecimento de água. “Em 2017, 60,9 milhões de pessoas tinham problemas de oferta hídrica, um valor considerável. O PNSH propõe 166 ações que vão permitir uma melhora significativa na disponibilidade de água. São investimentos altos, mas que, certamente, trarão benefícios sociais e econômicos muito importantes. Vamos tirar uma parcela significativa da população de uma situação de vulnerabilidade e dar condições para que os setores econômicos possam se desenvolver”, destacou o ministro.
Entre as obras prioritárias no PNSH, está o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) . Composto por dois eixos de transferência de água, o Eixo Leste está em pré-operação e, desde 2017, beneficia mais de um milhão de pessoas em Pernambuco e na Paraíba. Já o Eixo Norte, 97% finalizado, terá seus serviços concluídos ainda neste segundo semestre. A partir daí, o Velho Chico percorrerá os canais em direção aos estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. “São 477 quilômetros de eixos. É um verdadeiro rio cortando os estados e o interior do Nordeste, levando segurança para a região”, afirmou Canuto.
Plano Nacional de Recursos Hídricos
Outro desafio para o País é o entendimento das condições de cada bacia hidrográfica. É esta a visão que deverá ser agregada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), atualmente em revisão pelo MDR. O Plano terá validade no período de 2021 a 2035. Segundo o ministro Gustavo Canuto, essa premissa permitirá ao Brasil gerir os recursos de maneira mais efetiva. “Precisamos ter uma noção clara de que as necessidades e capacidades de cada bacia são muito diferentes. Elas não podem ser tratadas da mesma forma. Essa é nossa meta com o PNRH: fazer uma gestão eficiente de cada bacia hidrográfica do Brasil”, afirmou o ministro.
Programa Água Doce
Outra iniciativa do MDR apresentada pelo ministro Gustavo Canuto foi o Programa Água Doce (PAD). O projeto busca estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para consumo humano, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na recuperação, implantação e gestão de sistemas de dessalinização, prioritariamente em comunidades rurais do semiárido. Até agora, já foram entregues 639 sistemas de abastecimento, sendo 248 no Ceará, 145 na Bahia, 80 em Alagoas, 69 no Rio Grande do Norte, 50 na Paraíba, 29 em Sergipe e 18 no Piauí.
Na avaliação do ministro, o PAD se mostra uma alternativa importante não somente para disponibilizar água para consumo humano, mas também para garantir fontes alternativas de geração de renda para as comunidades atendidas. “Construirmos um sistema de produção integrado é ainda mais interessante, porque podemos utilizar aquela água captada nos poços para a criação de peixes e para a cultura de leguminosas, que alimentam e hidratam os animais. Com isso, garantimos não só água para essa comunidade, mas uma diversidade econômica e toda uma cadeia produtiva, alimento e renda para essas famílias”, destacou Canuto.