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Rota do Açaí promove crescimento econômico e social em Polos no Pará
Iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Regional já conta com dois núcleos estruturados. Um terceiro está em implementação no Arquipélago do Marajó
Brasília-DF, 14/8/2019 - O açaí é um fruto originário da Amazônia e que, nas últimas décadas, se popularizou no País e ganhou mercados mundo afora. O Pará, sozinho, responde por 61% da produção nacional – maior índice de extração do fruto do Brasil. Para impulsionar esse potencial produtivo, ampliar a capacidade de atendimento aos mercados interno e externo e gerar emprego e renda, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) implementou a Rota do Açaí no estado. As ações contam, também, com apoio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Banco da Amazônia e da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) do Pará.
O estado paraense viu a sua produção local saltar de 406,5 toneladas coletadas em 2010 para 1,2 milhão de toneladas em 2017, de acordo com a Sedap. O Amazonas ocupa a segunda posição nesse ranking, com 23% do total produzido no País. “O arranjo produtivo do açaí ainda é bastante fragmentado, não muito estruturado e o nível de formalidade da produção também não é alto. Implantamos a Rota do Açaí exatamente para priorizar investimentos e, com isso, estruturar essa cadeia e capacitar os agricultores. Nosso objetivo é impulsionar o desenvolvimento dessas regiões com inclusão produtiva e a geração de renda por meio do fortalecimento da produção da fruta”, detalha a secretária nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano do MDR, Adriana Melo.
Atualmente, dois Polos da Rota do Açaí apoiados pelo Ministério estão em atividade no Pará. A unidade Baixo Tocantins comporta quatro dos cinco maiores produtores de açaí do estado: Igarapé Miri, Abaetetuba, Cametá e Barcarena, responsáveis por 70% da produção paraense em 2017. Integram o núcleo, ainda, produtores de Acará, Baião, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Tailândia.
O Polo BR-316/Nordeste Paraense abrange a capital Belém e outros 20 municípios: Ananindeua, Benevides, Bragança, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Colares, Curuçá, Inhangapi, Maracanã, Marapanim, Marituba, Primavera, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará, Tomé Açu, Viseu, Bujaru, Santo Antônio do Tauá e Magalhães Barata.
Já o Polo do Arquipélago do Marajó está em implementação e teve a sua oficina de planejamento realizada na última semana . A região produziu 20% do total registrado pelo Pará em 2017.
A projeção do Ministério do Desenvolvimento Regional é ampliar o alcance da iniciativa nos próximos meses, com a instalação de dois novos Polos na região Norte do País: São Luiz do Anauá, em Roraima, e no Arquipélago do Bailique, no Amapá.
Implementação
A partir da identificação das potencialidades locais, a Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano (SDRU), em conjunto com os órgãos parceiros, associações e entidades locais, realiza o diagnóstico local, considerando questões como capacidade hídrica, energética, de escoamento da produção – rodovias, aeroportos, ferrovias e portos –, capacidade de beneficiamento e produtiva.
Também é oferecido apoio técnico e de planejamento estratégico para estruturar e profissionalizar o trabalho dos agricultores, especialmente os pequenos produtores e familiares. “Quando falamos em estruturar a cadeia produtiva, consideramos, necessariamente, a inserção desse pequeno produtor”, destacou Adriana Melo.
Usos variados
Muitas pessoas pensam que o único aproveitamento do açaí é da fruta em si, que pode ser utilizada em vinho, polpa congelada, sorvete, geleia, corantes, entre outros. Porém, todo o açaizeiro pode se transformar em diferentes fontes de renda para os produtores.
As raízes, quando novas, podem ser usadas como um chá vermífugo. O tronco pode ser aproveitado em construções rurais e para a criação de móveis leves. Os cachos podem ser transformados em vassouras, adubo e, quando queimados, até usados como repelente natural contra insetos.
A palha serve como telhado em casas de ribeirinhos e pode ser usada na produção de tapetes e outros objetos artesanais. O caroço pode ser aproveitado como adubo, insumo para a fabricação de joias ecológicas ou como substituto ao uso de carvão e lenha. Já a parte superior do caule é de onde se extrai o palmito do açaí, que pode ser retirado sem a derrubada da árvore, permitindo uma produção sustentável desse produto.
Rotas de Integração
A ação faz parte das Rotas de Integração Nacional, que atuam com redes interligadas de Arranjos Produtivos Locais (APLs) para promover inovação, diferenciação, competitividade e lucratividade de empreendimentos associados. Tudo a partir da coordenação de ações coletivas e iniciativas de agências de fomento. O Programa segue as diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e integra as estratégias do MDR para, com inclusão produtiva, desenvolver regiões.