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Projetos com uso do biogás na área de saneamento contam com analistas mais preparados
Projetos de biogás no setor de saneamento são promissores, tem atraído novos investimentos e demandam profissionais com formação específica. Para atender à nova demanda no setor de saneamento, o Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Básico – SNSA, junto com a CAIXA, encerraram mais um ciclo de capacitação. Cerca de 30 analistas da CAIXA e do Ministério das Cidades, participaram de três módulos de capacitação sobre “Requisitos e desafios para a análise técnica e financeira de projetos de biogás no setor de saneamento”. O objetivo principal desta iniciativa é ampliar a capacidade dos analistas na análise técnica e financeira de projetos de tratamento de resíduos e esgotos com aproveitamento energético de biogás.
O Brasil revela grande potencial para uso do biogás em estações de tratamento de esgoto. Por exemplo, são mais de 600 reatores em operação no Brasil e dos novos projetos contemplados pelo PAC, 35% das ETEs preveem o uso de reatores anaeróbios. O cenário atual mostra que o tratamento anaeróbio ainda é o sistema mais usado em pequenas e grandes cidades no país, uma tecnologia que produz naturalmente o biogás, que pode ser aproveitado energeticamente. Se essas ETEs aproveitassem o biogás, seria possível suprir 13% de toda a energia demandada pelo setor de saneamento. Porém, a falta de articulação de forma eficiente no setor do saneamento e a sustentabilidade da prestação de serviço são um grande desafio do setor, daí a importância de ações e capacitações como esta.
Atualmente há no Brasil cerca de 110 plantas de biogás em operação, a partir de diversas fontes, e já existem ETEs que aproveitam o biogás e conseguem suprir até 70% da sua própria demanda energética, como é o caso da ETE Arrudas, em Belo Horizonte e o da ETE Ribeirão Preto, com 60% de autossuficiência, em São Paulo. O uso energético do gás pode contribuir significativamente na redução dos custos operacionais do tratamento de esgoto e ainda melhorar seu tratamento No caso dos resíduos sólidos urbanos, o gás dos aterros sanitários já é amplamente empregado no país e uma qualificação no manejo dos resíduos por meio do emprego de tecnologias de tratamento anaeróbio da fração orgânica representam novas alternativas para uma gestão mais nobre e eficaz dos resíduos, contribuindo para o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O aumento significativo dos custos com energia elétrica, que chegou a 40% em alguns estados, torna o biogás uma grande oportunidade para a sustentabilidade do setor. Este e outros casos foram apresentados para os participantes para que os analistas pudessem discutir casos reais sobre a aplicação e o aproveitamento do biogás no saneamento. Este é um setor com espaço para ganho de eficiência, como apontou o diretor do Departamento de Água e Esgotos da SNSA, Johnny Ferreira dos Santos “há um espaço muito grande para inovação e tecnologia”.