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Projeto São Francisco: governo federal conclui estação de bombeamento
Com o acionamento da motobomba, a água seguirá por 45,9 quilômetros no Eixo Norte, até o reservatório de Terra Nova, em Cabrobó (PE)
O Ministério da Integração Nacional (MI) concluiu a primeira Estação de Bombeamento (EBI-1) do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O governo federal entregou a estrutura nesta sexta-feira (21/8), com o acionamento de uma motobomba. O equipamento levará a água por 45,9 quilômetros até o reservatório de Terra Nova, localizado em Cabrobó (PE). O investimento nesse trecho é de R$ 625,08 milhões.
A bomba da EBI-1 tem capacidade para elevar a água do nível do rio até 36 metros, altura similar a um edifício de 12 andares. A vazão é de 12,4 m³/segundo. O equipamento pesa aproximadamente 100 toneladas - equivalente a 100 veículos populares - com capacidade para bombear a água do São Francisco por sete quilômetros, até o primeiro reservatório, Tucutú. Em seguida, a água correrá por quatro aquedutos, até Terra Nova, segundo reservatório do Eixo Norte. A potência de cada motor é de 5,5 MW.
O reservatório Tucutú estará cheio em 39 dias, com a bomba em operação durante 16 horas diárias, cinco dias por semana. Após essa etapa, serão necessários mais 18 dias para encher o reservatório Terra Nova. Neste período, as obras da segunda Estação de Bombeamento do Eixo Norte (EBI-2) estarão em fase de conclusão.
As Estações de Bombeamento são estruturas responsáveis por elevar a água de um terreno mais baixo para outro mais alto. O Eixo Norte possui três estações distribuídas nos 260 quilômetros de extensão (EBI-1, EBI-2 e EBI-3). Elas têm capacidade para impulsionar a água 188 metros acima do nível do São Francisco - altura que pode ser comparada a um prédio de 58 andares. A previsão é de que as três estarão concluídas até o fim deste ano.
Com 6.836 trabalhadores, o Eixo Norte abrange a construção de 15 reservatórios, oito aquedutos, três túneis, canais, além das três estações elevatórias. Os testes fazem parte da pré-operação da obra e são iniciados a partir da conclusão das estruturas do projeto. A etapa engloba a verificação dessas estruturas, antes do recebimento definitivo das águas do São Francisco. Nessa fase, além do funcionamento da bomba, são monitorados os sistemas elétricos e de telecomunicações, painéis, válvulas e motores, que compõem a estação elevatória.
Preservação do rio
As ferramentas de simulação hidrológica utilizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) mostraram que o projeto pode captar 26,4 m³/s, mesmo em períodos muito secos. Isso representa 1,4% da vazão média do rio, ou seja, duas colheres de sopa para cada litro d'água despejado no mar. Na cheia, a captação pode chegar a 127 m³/s, sem prejudicar o rio.
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) aponta que o projeto é a alternativa estrutural mais consistente para o fornecimento adequado de água à região. Foram realizados diversos estudos e avaliações técnicas em conformidade com as diretrizes do Plano Decenal da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, concluído pela ANA.
O Ministério da Integração Nacional, por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), já investiu cerca de R$ 1,7 bilhão em ações de revitalização do rio. O valor total aprovado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é de R$ 2,5 bilhões.
Projeto São Francisco
A integração do Rio São Francisco vai garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Dados de julho apontam 77,8% de avanço físico da obra, com 9.980 trabalhadores contratados nos dois eixos. Mais de três mil equipamentos estão em operação.
O projeto é composto por 477 quilômetros de extensão, organizados em dois eixos de transferência de água: Norte, com 260 quilômetros, e o Leste, com 217. As obras do projeto serão entregues a partir deste ano, com previsão final entre dezembro de 2016 e início de 2017.
Ao mesmo tempo em que busca garantir o abastecimento de água dos grandes centros urbanos da região, como Fortaleza (CE), Juazeiro do Norte (CE), Crato (CE), Mossoró (RN), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), e de centenas de pequenas e médias cidades do semiárido, o projeto beneficiará as comunidades localizadas às margens dos dois eixos (Norte e Leste).