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Projeto São Francisco adota alternativas socioambientais para tratamento do lixo
O reaproveitamento de resíduos e a coleta seletiva são exemplos das ações praticadas nos canteiros das obras. O empreendimento investe cerca de R$ 1 bilhão em programas ambientais
O que muitas vezes é tratado como lixo tem sido separado e reaproveitado nos canteiros das obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco. Restos de construção, equipamentos sem uso, materiais recicláveis e até resíduos de difícil tratamento encontram destino apropriado ao longo das intervenções que vão levar água a 12 milhões de nordestinos.
Uma das áreas com o maior índice de reaproveitamento está instalada em São José de Piranhas, na Paraíba, cidade onde o Projeto constrói o maior túnel para transporte de água da América Latina. No local, uma trituradora transforma restos de obras em material para pavimentação de vias e revestimento de outras estruturas, como os canais. Há também uma central de triagem para depósito de materiais recicláveis e acondicionamento de resíduos como pilhas, lâmpadas e demais produtos que não podem ser reciclados.
Além da importância para o meio ambiente, o reaproveitamento gera outras consequências positivas. A utilização de restos de construção reduz custos na compra de produtos e na contratação de empresas para o descarte do lixo. A separação de recicláveis, por exemplo, representa um relevante fator social ao beneficiar associações de catadores e famílias que recebem doações de papelão, metal, plástico, vidro, roupas e outros materiais sem uso no empreendimento.
Educação sustentável - A conscientização ambiental dos cerca de seis mil trabalhadores envolvidos no Projeto de Integração do Rio São Francisco também é uma preocupação. São promovidos encontros periódicos nos canteiros para orientar os operários sobre segurança e sustentabilidade. "Falamos de temas ligados ao meio ambiente e conversamos a respeito da coleta seletiva. Nossa intenção é fazer com que nossos colaboradores levem para suas casas a prática de separar o lixo, realizada todos os dias nas obras", explica José Amilton, auxiliar de Controle de Meio Ambiente em São José de Piranhas (PA).
Investimentos ambientais - Orçado em R$ 8,2 bilhões, o empreendimento prevê investimentos de quase R$ 1 bilhão para programas ambientais, o que representa cerca 11,8% do valor total. O montante é considerado o mais significativo volume de recursos destinado a questões socioambientais e arqueológicas do semiárido setentrional.
Atualmente, são desenvolvidos 38 programas básicos na área, que visam à minimização, compensação e controle dos impactos ambientais provocados pela implantação e operação do Projeto. A reutilização e o reaproveitamento dos resíduos produzidos é uma das condicionantes ambientais exigidas às empreiteiras com o objetivo de diminuir os danos à natureza e estimular a sustentabilidade.