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Projeto da Codevasf resgata espécies nativas do Rio São Francisco
Trabalho, que pode evitar extinção de algumas espécies, também prevê elaboração de pesquisas e capacitação de equipes técnicas
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vinculada do Ministério da Integração Nacional (MI), obteve autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para realizar atividades com finalidade científica como captura, reprodução, larvicultura, alevinagem, peixamento e monitoramento ictiológico de espécies nativas da Bacia do São Francisco. O diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, Eduardo Motta, explica que essa autorização atende a um sonho antigo de resgatar espécies nativas do São Francisco, como o Pirá, que já estava em processo avançado de extinção.
Segundo o diretor, a parceria estabelecida com o ICMBio resultou não só na autorização da Codevasf trabalhar com espécies de peixes nativas do São Francisco, mas estabeleceu tratativas para ser firmado um Termo de Reciprocidade, que está em discussão pela direção de ambas as instituições. "O acordo prevê trabalharmos em conjunto na recuperação e propagação das espécies nativas no São Francisco, na elaboração de pesquisas em conjunto para o conhecimento do ciclo biológico dessas espécies para termos a reprodução em larga escala. Também prevê a capacitação das equipes técnicas que atuam nos 7 Centros de Recursos Pesqueiros e Aquicultura que a Codevasf possui ao longo da Bacia do São Francisco e no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta/ ICMBio), localizado em Pirassununga (SP)", explica.
Histórico
A Codevasf tem domínio da reprodução em laboratório de 35 espécies de peixes da Bacia do São Francisco. O Pirá é considerado o peixe símbolo do São Francisco porque essa espécie só existe nessa bacia, em todo o planeta. O diretor Eduardo Motta conta que no Baixo São Francisco havia Pirá em abundância e agora a espécie já é considerada praticamente extinta. "No Submédio também não se encontra essa espécie. Só é encontrada de forma escassa no Médio São Francisco, na Bahia, e ainda no Alto São Francisco", acrescenta o diretor.
"Quando assumimos a diretoria, colocamos como uma das principais metas capturar essa espécie em Minas Gerais, acondicioná-las em Três Marias para fazer quarentena e depois serem transportadas para todos os centros de recursos pesqueiros e aquicultura da Codevasf para todos começarem a trabalhar na recuperação do Pirá", informa. No entanto, a Codevasf esbarrou numa portaria do ICMBio que proibia que as espécies nativas fossem capturadas.
O doutor em química Marcos Vinícius, em Itiúba, e o doutor em ictiologia, Hiroshimi Sato, em Três Marias, conduzirão um plano de trabalho para nos próximos anos. A ação começa em 2015, será intensificada em 2016 e consolidada em 2017.
As equipes dos demais centros serão capacitadas para fazer o inventário das lagoas marginais, que são os berçários dos peixes nativos do São Francisco; o inventário da ictiofauna, onde incidem essas espécies; e o monitoramento de qualidade de água. "A partir dai nós vamos comprovar que a melhoria da qualidade de água do São Francisco está de fato acontecendo pela nossa intervenção. Onde nós tivermos obras de esgotamento sanitário nós vamos monitorar a água", conclui.
Com essas ações a Codevasf intensifica os trabalhos em prol da revitalização da Bacia do São Francisco, que também serão estendidos para as bacias do Parnaíba, Itapecuru e Mearim, área de atuação da Codevasf.
Da assessoria de comunicação da Codevasf