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Programa Rotas da Integração Nacional vai apoiar desenvolvimento produtivo em comunidades indígenas
Reunião com indígenas da etnia Pataxó debateu o apoio federal a aldeias atingidas por fortes chuvas no sul da Bahia (Fotos: Dênio Simões/MIDR)
Brasília (DF) - O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e outros integrantes da Pasta participaram, nos últimos dias, de três reuniões com representantes de povos indígenas dos estados do Amazonas, Amapá e Bahia. O objetivo foi debater estratégias de apoio às comunidades, por meio do fomento à agricultura familiar e do escoamento do artesanato produzido na Região Norte. Também foi discutido o apoio às aldeias atingidas por fortes chuvas no sul baiano. Participaram dos encontros representantes das etnias Tukano, Fulni-ô e Pataxó.
Durante os encontros, os participantes puderam conhecer o programa Rotas de Integração Nacional, que tem como objetivo gerar negócios, fortalecer a economia regional, por meio da difusão de conhecimentos, e promover a inovação para os beneficiários. Atualmente, há 11 Rotas reconhecidas pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR): do Açaí, da Biodiversidade, do Cacau, do Cordeiro, da Economia Circular, da Fruticultura, do Leite, do Mel, da Moda, do Pescado e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
Segundo Raquel Santori, chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, que acompanhou as reuniões, a implementação das Rotas nas comunidades permitirá a melhoria das condições de produção e comercialização, a disseminação dos princípios de sustentabilidade e o desenvolvimento de novas tecnologias. Além disso, a ação também tem potencial para gerar emprego e aumentar renda com produtos competitivos, de qualidade e com alto valor agregado produzidos pelos povos indígenas.
Para o ministro Waldez Góes, neste governo, a valorização dos povos indígenas pode ser percebida por meio da retomada das políticas públicas voltadas a essa população e da criação do Ministério dos Povos indígenas. "Sabemos que temos um presidente da República que está retomando as políticas públicas de respeito ao povo brasileiro. E entre as prioridades está o povo indígena”, destacou Góes.
Atualmente, cerca de 30 mil indígenas do povo Pataxó estão distribuídos pelos municípios de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália, Prado, Itapebi, Belmonte, Itabela, Eunápolis e Alcobaça, na Bahia. Entre as demandas apresentadas pela etnia estiveram ações de inclusão produtiva, desenvolvimento econômico, segurança alimentar e nutricional, demarcação dos territórios, questões de sustentabilidade e preservação ambiental.
Outra demanda apresentada pelos representantes da etnia Pataxó foi o atendimento básico nas aldeias atingidas por fortes chuvas no sul da Bahia. Cerca de 20 comunidades estão em situação crítica, sem acesso terrestre e com demandas por cestas básicas, colchões e kits de assistência e higiene pessoal, entre outros itens.
Desde o início das fortes chuvas no sul baiano, a Defesa Civil Nacional presta apoio aos municípios afetados. Uma equipe do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) esteve no estado para ajudar nos pedidos de reconhecimento de situação de emergência e de repasse de recursos para assistência humanitária, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestruturas danificadas.
Por conta da transversalidade característica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também foram realizadas articulações com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para apoiar a área de segurança alimentar e nutricional. A articulação foi feita pela Assessoria de Participação Social e Diversidade do MIDR.
Escoamento do artesanato
Já o povo Tukano apresentou demandas de ações de capacitação em empreendedorismo para as mulheres da etnia (foto à esquerda). Elas realizam um trabalho com artesanato na Amazônia e necessitam de ampliação e qualificação da produção, a partir dos insumos. Projetos de inclusão produtiva e de troca de experiências com outros povos, com acesso a novas tecnologias, podem beneficiar as artesãs, bem como contribuir para ampliação de sua comercialização.
De acordo com a diretora-presidente da Associação das Mulheres Indígenas do Alto do Rio Negro, Clarice Gama, a produção de artesanatos também tem como objetivo a preservação da identidade cultural do povo Tukano, além de ser uma importante fonte de renda para a comunidade. “Nosso artesanato gera renda com sustentabilidade, em alinhamento com a preservação da natureza”, reforçou.
Os representantes da etnia Fulni-ô, do Amapá, pleitearam ações voltadas à melhoria da qualidade de vida para os povos originários do estado e fomento à agricultura familiar. Na oportunidade, o ministro Waldez Góes informou que o programa Rotas de Integração Nacional pode fomentar polos segmentados, possibilitando o aproveitamento de sinergias coletivas para propiciar a inovação, a diferenciação, a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos associados, contribuindo, assim, para a inclusão produtiva, inovação e o desenvolvimento regional da agricultura familiar.
O MIDR propôs, junto a essas comunidades indígenas, estratégias de dinamização das atividades produtivas, por intermédio das Rotas de Integração Nacional, com a implantação de estruturas físicas para produção, beneficiamento, comercialização e fomento ao associativismo e cooperativismo das mulheres indígenas, promovendo o desenvolvimento regional e a inclusão produtiva.