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Pedestre é alvo de campanha educativa de trânsito do Ministério das Cidades
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, acompanhou a primeira etapa da ação, que começou às 7h30, na plataforma superior da Rodoviária de Brasília. “As campanhas de educação de trânsito do ministério tem o compromisso de promover a cidadania no trânsito. Ações simples, como respeitar a faixa de pedestre, e dar sinal de vida ao motorista antes de atravessá-la, são atitudes que salvam vidas”, disse o ministro.
Durante a ação, realizada em parceria com o Detran do Distrito Federal, atores chamavam a atenção dos motoristas com uma montagem teatral “Sua majestade O Pedestre” para mostrar a importância do pedestre no trânsito. Quem passou pelo local foi convidado a usar um manto e uma coroa, além de carregar um cedro para atravessar a faixa, ao som de trombetas. Enquanto isso, uma faixa era estendida com uma mensagem aos motoristas: “Sua Majestade O Pedestre – É assim que o pedestre deve ser respeitado”.
Vários pedestres participaram da ação. Um deles foi Raquel Ferreira, sobrevivente de um acidente de trânsito em uma faixa de pedestre. Ela contou que, aos 17 anos, ao atravessar uma faixa de pedestre, em Brasília, acompanhada por uma prima que, na época tinha apenas oito anos, um dos veículos avançou e atingiu as duas. Sua prima faleceu e Raquel nunca conseguiu dirigir um veículo por conta do trauma. “Até hoje não consigo dirigir devido ao trauma que vivi. Há dez anos não existia essa conscientização, acho importante a promoção dessas ações para diminuir o número de acidentes dessa natureza”, relatou.
Para Raquel também é preciso haver mudanças no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para ter punições mais rigorosas. “A pessoa que me atropelou pagou apenas cestas básicas. Acredito que, além de conscientizar pedestres e motoristas, é preciso mudar as leis que punem os responsáveis por acidentes de trânsito”, disse.
Com apenas sete anos, Gabriel Sousa Silva demonstrou que já conhece as regras de trânsito. Acompanhado de sua mãe, Valdelúcia Silva, o garoto disse que sempre faz o sinal com as mãos quando deseja atravessar a faixa. “Espero os carros pararem para atravessar. Hoje eu gostei mais ainda porque atravessei com a coroa do rei”, disse satisfeito.
Testemunha das consequências fatais ocasionadas por acidentes de trânsito, a socorrista Taís Ribeiro, que trabalha na sala de traumas do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) do Hospital de Base de Brasília, disse que fica com receio ao atravessar a faixa de pedestre. “Eu fico até receosa de atravessar a rua porque já atendi muitos casos graves. A média de pessoas atropeladas em faixa de pedestres é muito grande. É preciso conscientizar o motorista da fragilidade do pedestre e a importância de se parar na faixa com campanhas educativas como essas”, disse.
O cadeirante Pedro Santos Oliveira também participou da ação. Segundo ele, é necessário mais atenção por parte dos motoristas com os cadeirantes. “Sempre é complicado para o cadeirante atravessar a faixa porque a gente dá a mão e os motoristas não param, não respeitam. Se não tiver alguém para ajudar fica difícil atravessar. Os motoristas precisam ter mais compreensão com os cadeirantes”, disse.
A educadora de trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Ministério das Cidades, Maria Cristina Hoffmann, disse que os pedestres devem tomar alguns cuidados ao atravessar na faixa, como: olhar para os dois lados, não falar ao celular durante a travessia e esperar os veículos pararem totalmente para seguir com segurança. “Estes são cuidados que podem evitar acidentes graves para o pedestre. O motorista, por sua vez, deve estar consciente da fragilidade do pedestre”.
Na ocasião, os personagens da ação divulgaram o Parada – Pacto Nacional pela Redução de Acidentes - Um Pacto pela Vida, campanha criada pelo Ministério das Cidades, que completa dois anos no próximo dia 11 de maio. A II Semana da Segurança Viária Global é promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre os países signatários da Década de Ação Pela Segurança no Trânsito (2011-2020). O Brasil aderiu à meta de reduzir os acidentes e mortes em 50% através do Parada - Pacto pela Vida.