Órgãos federais e de MG monitoram avanço de rejeitos em Brumadinho

Ministro destacou hoje (21) ações para evitar contaminação da água do Rio São Francisco. Material está sedimentando ao longo do trajeto

"A Agência Nacional de Águas (ANA), a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) estão fiscalizando diariamente o avanço da pluma de rejeitos da barragem de Brumadinho e, também, a situação da sedimentação", destacou o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, ao falar de medidas preventivas que os governos Federal e estadual têm realizado para garantir que águas do Rio São Francisco não sejam contaminadas pelo material. As informações foram repassadas pelo titular da Pasta, nesta quinta-feira (21), na Câmara dos Deputados, durante audiência pública na Comissão Externa que acompanha o desastre de Minas Gerais.

Gustavo Canuto informou, ainda, que a União estuda a possibilidade de alterar a operação da barragem de Três Marias, caso seja necessário. O assunto tem sido tratado junto ao Ministério de Minas e Energia como uma alternativa viável à diluição dos rejeitos. Objetivo dos órgãos é evitar, ao máximo, a passagem do material para o Rio São Francisco. "A operação já foi alterada na Usina de Retiro Baixo, justamente para evitar a passagem da pluma", ressaltou o ministro.

A barragem de Três Marias está a 330 quilômetros de Brumadinho. Em 26 dias, a pluma de rejeitos percorreu 147 quilômetros - menos da metade do trajeto necessário para chegar à usina de Três Marias. Segundo especialistas, a pluma está sedimentando ao longo do trajeto e ainda há uma distância considerável até o 'Velho Chico'. A preocupação do Governo Federal é com as chuvas na região, por isso todos os esforços estão em curso para que não haja contaminação do São Francisco.

Fiscalização

Durante o encontro, o ministro Gustavo Canuto ressaltou que a União tem trabalhado em diversas frentes para impedir que um desastre como o de Brumadinho aconteça novamente. "Determinamos aos órgãos responsáveis que sejam fiscalizados os empreendimentos considerados críticos pela ANA. Também estamos reforçando as agências com treinamentos e trabalhando na melhoria da legislação de segurança de barragens, dentre outras medidas", disse.

O Plano de Ações Estratégicas para Reabilitação de Barragens da União (Planerb), já apresentado pelo ministro a parlamentares, prevê a recuperação de 139 estruturas que demandam atenção, mas não apresentam risco iminente de rompimento. São barragens que reservam água para diversos usos em 14 estados, nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Saiba mais.