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Operação comercial do Projeto de Integração do São Francisco será discutida na AGU
Debate com estados beneficiados será na Câmara de Conciliação do órgão. Objetivo é garantir o custeio do empreendimento
Medidas necessárias à operação comercial do maior empreendimento hídrico do País - o Projeto de Integração do Rio São Francisco - foram discutidas pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e os governadores da Paraíba e de Pernambuco. Os encontros aconteceram nesta quinta (7) e sexta-feira (8). A proposta é ampliar os debates sobre o tema utilizando a Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF), da Advocacia-Geral da União (AGU). Desde 2017, aproximadamente um milhão de pessoas nos dois estados são beneficiadas pelas águas do 'Velho Chico' a partir do Eixo Leste do Projeto.
"Nosso intuito é chegar a um consenso do melhor modelo contratual para o custeio da operação e manutenção do sistema para os governos federal e dos estados atendidos pelo Projeto São Francisco o mais rápido possível. A região Nordeste é uma prioridade do presidente Jair Bolsonaro", destacou o ministro Gustavo Canuto.
A expectativa do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) é de que os trabalhos da Câmara de Conciliação já sejam iniciados no mês de março. O ministro Gustavo Canuto também fará o convite aos governadores dos outros dois estados que serão atendidos pelo Projeto São Francisco - Ceará e Rio Grande do Norte.
"É importante esse olhar ao Nordeste. As águas do São Francisco já chegaram ao nosso estado e precisam de gestão. Vamos fazer essa discussão com o Governo Federal para garantir benefícios à população pernambucana", disse o governador Paulo Câmara, ao confirmar a participação do Estado em debates na AGU. O governador da Paraíba, João Azevedo, também sinalizou positivamente às iniciativas da União. "É fundamental que possamos ter essa abertura e relação com o Ministério. Foi uma reunião bastante proveitosa", observou.
Custos
A previsão da União em investimentos na operacionalização dos dois eixos de transferência de água do Projeto São Francisco - Leste e Norte - é de cerca de R$ 600 milhões ao ano. Preocupado em dar sustentabilidade financeira ao sistema, o Governo Federal também tem estudado outras alternativas para diminuir o custeio da operação, como é o caso da implantação de placas solares ao longo dos canais. O trabalho deverá ser concluído ainda neste ano pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Desde 2017, a União tem arcado financeiramente com a pré-operação do Eixo Leste.
Planejamento
Ministro e governadores também discutiram questões sobre o Plano de Desenvolvimento Regional do Nordeste (PDRNE). Objetivo é nortear e garantir eficiência na aplicação dos recursos públicos em obras e ações planejadas na região.
A Casa Civil do Governo Federal tem coordenado os trabalhos do PDRNE que também contará com contribuições estratégicas das Pastas da Saúde; Agricultura; Ciência e Tecnologia; Educação; Mulher, Família e Direitos Humanos e Cidadania.
Sudene
A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em parceria com a Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano (SDRU), do MDR, serão responsáveis por consolidar as ações do Plano que deverá ser concluído até maio deste ano. O documento também receberá contribuições dos gestores estaduais por meio do Conselho Deliberativo (Condel) da Sudene. Nesta sexta-feira (8), em Recife (PE), o ministro Gustavo Canuto realizou uma reunião técnica com o superintendente Mário Gordilho e servidores do órgão.