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Ombudsman da Folha de São Paulo esclarece equívoco em matéria sobre Minha Casa, Minha Vida
Na edição do último domingo (20/10), Suzana Singer, ombudsman da Folha de S. Paulo, divulgou esclarecimentos sobre a reportagem do empreendimento residencial do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), em Vitória da Conquista (BA). Na matéria, publicada na última quarta (16/10), o jornal informava que as casas foram entregues sem energia e sem água. No entanto, os imóveis do MCMV são entregues com as instalações prontas para a concessionária realizar a ligação dos serviços após o beneficiário solicitar, de acordo com a sua conveniência.
Leia na integra a nota da jornalista Suzana Singer- Folha de São Paulo:
NO ESCURO E A SECO
Suzana Singer
A Folha acusou a presidente Dilma de entregar casas sem água nem luz no interior da Bahia. O jornal mostrou, na quarta-feira, que parte das moradias inauguradas em Vitória da Conquista, no programa Minha Casa Minha Vida, estavam no escuro e a seco. Os moradores usavam velas à noite e enchiam baldes nas casas dos vizinhos.
Bastava ler o "outro lado" para concluir que a acusação não fazia sentido. O Ministério das Cidades explicou que as casas foram entregues com instalações elétricas e hidráulicas e que cabia ao beneficiário do programa pedir a ligação dos serviços às empresas de distribuição do Estado.
Acontece o mesmo com quem compra um imóvel sem ajuda federal: é a pessoa que, depois de receber as chaves, aciona o fornecimento de água, luz, gás, telefone.
Os casos relatados indicavam que nem havia um problema exagerado de demora na entrega desses serviços. Apenas uma dona de casa esperava a instalação de luz havia oito dias, três a mais que o prazo dado pela companhia elétrica.
Diante das explicações dadas pelo governo e pelas concessionárias de serviços estaduais, o jornal deveria ter derrubado a reportagem. Não adianta registrar burocraticamente o "outro lado", como prega o "Manual da Redação", mas insistir numa acusação vazia.
A Redação não concorda. "A informação de que as casas foram entregues sem água nem luz é relevante por mostrar a pressa com que o governo tem organizado essas inaugurações, por motivos obviamente eleitorais. O objetivo da reportagem era mostrar isso e não culpar a presidente pela falta de água e luz", diz a editoria Poder.
Se era assim, por que o título dizia "Dilma multiplica viagens e entrega casas sem água e luz"? Em plena campanha (alguém duvida que já começou?), é preciso ser mais rigoroso com as denúncias envolvendo qualquer um dos candidatos. Do contrário, o jornal estará apenas fornecendo matéria-prima para os programas eleitorais de 2014.