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O modelo de irrigação nordestino para combater a seca no Rio Grande do Sul
Os 15 municípios gaúchos que enfrentam problemas com a seca necessitam de um programa de irrigação à semelhança do que está sendo realizado no Nordeste brasileiro. A afirmação foi dada pela presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (28/1), em Porto Alegre (RS), em entrevista coletiva concedida após reunião com o governador do estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que, segundo a presidenta, também participou do encontro porque parte do estado gaúcho enfrenta a "catástrofe climática" da seca.
"Eu acredito que nós teremos que ter aqui uma política determinada no sentido da questão dos recursos hídricos aqui no estado. Eu vi isso acontecer no Nordeste. Aliás, nós estamos fazendo um dos maiores programas para viabilizar a irrigação no Brasil (-), eu acredito que a interligação de bacias seja talvez um dos maiores programas que o Brasil fez para o semi-árido. Nós temos que ter, obviamente mudando a dimensão e a forma de solução, esse programa para a Metade Sul do Rio Grande do Sul, que tem áreas desertificadas", afirmou.
A presidenta reafirmou que o governo federal pode e irá dar mais eficiência ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que, nesse sentido, a parceria com os estados e municípios é imprescindível. Segundo ela, assim como era feito no governo do ex-presidente Lula, não haverá qualquer distinção entre governadores e prefeitos da situação ou da oposição. O importante, segundo a presidenta, é que os entes federados apresentem seus projetos e reais necessidades.
"Nós podemos e iremos dar maior eficiência ao Programa de Aceleração do Crescimento. Nós queremos que uma obra se acelere mais; muitas vezes é do interesse do estado que se acelere mais. Então eu acho que para o Rio Grande do Sul sinalizar quais são as suas prioridades é, para nós, muito importante", disse.
Após explanação inicial da presidenta, o ministro Fernando Bezerra afirmou que o governo federal liberou R$ 20 milhões ao Rio Grande do Sul para ações de combate à seca e que por recomendação da presidenta, todas as obras que estão previstas no PAC 1 e no PAC 2 que possam ampliar a segurança hídrica no estado serão agilizadas.
"Os investimentos no PAC I e no PAC 2 ultrapassam R$ 700 milhões em diversas intervenções de construção de barragens, construção de canais de irrigação, que vão atender também a necessidade dos produtores rurais", informou o ministro.
Depois, os jornalistas puderam formular perguntas. A primeira indagação foi referente ao ajuste do salário mínimo, a qual a presidenta disse que não há condições de o governo conceder aumento acima dos R$ 545,00 já propostos, uma vez que o atual critério de reajuste do mínimo segue a metodologia estabelecida entre o governo Lula e as centrais sindicais.
"O que queremos saber é se as centrais querem manter este acordo. E se quiserem, nossa proposta é de R$ 545-, afirmou a presidenta.
Aos jornalistas, a presidenta também falou sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil, que atuará prioritariamente no monitoramento do clima e na prevenção de desastres naturais com vítimas, e que o governo investirá no fortalecimento dos sistemas de defesa civil dos estados e dos municípios.
Anunciou, ainda, a criação de dois escritórios da Presidência da República - um em Porto Alegre e outro em Belo Horizonte.
Sobre sua ida à Argentina, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que será um momento de dar continuidade à agenda de cooperação, tanto no que se refere às atividades da balança comercial quanto a algumas ações estratégicas, como a participação dos dois países em organismos internacionais e em outros programas bilaterais.
"De fato para nós é muito importante a relação com a Argentina, por isso é o primeiro país que eu visito depois da minha posse", concluiu.
Fonte: Blog do Planalto