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No Haiti, missão brasileira realiza atendimentos médicos e verifica estruturas com risco de desabamento
Missão brasileira é liderada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e conta com mais de 30 bombeiros militares do Distrito Federal e outros estados do País (Foto: Divulgação)
Brasília (DF) - A missão humanitária brasileira ao Haiti chega a duas semanas de trabalho diário. Além do apoio na distribuição de alimentos à população atingida pelo terremoto, a equipe vem prestando atendimento a feridos e à população em geral, com o bombeiro médico Marcelo Carvalho à frente das consultas de atenção básica oferecidas.
“As queixas mais comuns têm relação com o ambiente, como água de má qualidade, desnutrição, doenças infecciosas gastrointestinais e males de pele, além de hipertensão, diabetes e doenças coronarianas em geral”, informa Carvalho.
Ainda de acordo com ele, a barreira do idioma é contornada pela presença de um tradutor e a relação acaba estreitada com algumas frases que consegue reproduzir na língua local, o criolo haitiano. “Quando veem que estão sendo cuidados, conseguimos até mesmo perceber sorrisos, mesmo numa população tão sofrida”, conta.
O trabalho brasileiro, que tem como base a cidade de Les Cayes , também conta com a parceria de entidades religiosas que estão há anos no Haiti. A irmã Deuza Cardoso dos Santos, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, é uma dessas colaboradoras. Ela, que é brasileira, conta como é a prestação de serviços médicos no lugar.
“Temos aqui um posto de saúde onde atendemos, em média, de 30 a 50 pacientes por dia. Procuramos ajudar naquilo que a gente pode, nas necessidades do povo e, principalmente, aquelas pessoas que não têm condições de adquirir medicamentos”, afirmou.
A missão brasileira também auxilia no restabelecimento do pleno funcionamento do Hospital de Corail, destino de cerca de 2 toneladas de insumos médicos trazidos do Brasil.
Além do apoio na área de saúde, o esforço coordenado pelo diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun, vem ajudando na avaliação de estruturas com risco de desabamento, na demolição de estruturas condenadas e em escoramentos de construções que ameaçam cair.
“O auxílio, a ajuda humanitária do Brasil está fazendo a grande diferença neste momento pós-terremoto aqui no Sul do Haiti. O povo está sendo atendido um pouco mais com a ajuda brasileira e nós, brasileiras, também sentimos um grande amparo e o auxílio neste momento”, declarou a irmã Maria Liani Postai.
Demolições e escoramentos
As equipes têm se distribuído por cidades da ilha. Em Torbeck, ainda em auxílio à obra missionária brasileira na região, foram escoradas e postas abaixo estruturas danificadas pelo terremoto. O trabalho é complexo e exigiu o emprego de técnicas apuradas diretamente relacionadas à atividade de busca e resgate em estruturas colapsadas em nível avançado. A preservação da cultura local foi um dos objetivos. O lustre e os sinos da igreja local, construída pelos colonizadores franceses da ilha, foram resgatados e serão utilizados na reconstrução de uma nova paróquia.
Em Côteaux, foram derrubados prédios que estavam ameaçando outras edificações. Igrejas e escolas foram priorizadas.
A missão humanitária ao Haiti é liderada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e conta com a participação dos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa, da Saúde e da Justiça e Segurança Pública.