Notícias
“Não se pensa mobilidade sem pensar em sustentabilidade”, diz ministro em abertura de seminário
O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, afirmou durante abertura do seminário internacional “Desafios e Oportunidades para a Adaptação às Mudanças Climáticas da Mobilidade Urbana”, realizada na manhã desta quarta-feira (30), em Brasília, que a mobilidade está diretamente ligada à sustentabilidade. “É importante mostrar que, no Ministério, não se pensa mobilidade sem pensar em sustentabilidade. Por isso, o Seminário nos deu impulso e condições de avançar numa velocidade muito maior nas nossas premissas de acessibilidade e mobilidade”, destacou Kassab.
Durante seu discurso na abertura do evento promovido pelo Ministério das Cidades e o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), com o apoio da Embaixada Britânica, o ministro disse ainda que a parceria entre as três instituições, será referência para que estados e outros órgãos do governo federal possam pensar suas funções e responsabilidades sempre integradas por políticas vinculadas à sustentabilidade.
O objetivo do seminário foi discutir as principais vulnerabilidades que o sistema de mobilidade urbana, suas infraestruturas e usuários possuem em relação às mudanças climáticas, com especialistas internacionais, representantes do setor público, agências governamentais, sociedade civil, universidades e operadores de transporte.
Estudos - A Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (Semob), do Ministério das Cidades, apresentou os resultados do estudo “Adaptação às mudanças climáticas na mobilidade urbana” que servirá de base para a revisão do Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Urbana, com foco na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. “O projeto é fundamental na medida em que incorpora, pela primeira vez, as preocupações com o meio ambiente”, afirmou o secretário nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, Dario Reis Lopes.
O secretário afirmou que é preciso enxergar a mobilidade urbana adaptando o transporte às mudanças climáticas. “Pensar mobilidade não é simplesmente pensar nos deslocamentos ou na infraestrutura necessária para dar suporte a esses deslocamentos. É necessário também pensar o ambiente no qual ocorrem e daí a importância de entendermos o panorama atual, as mudanças climáticas, as medidas de mitigação e adaptação que temos que tomar para que não haja comprometimento a médio e longo prazo das condições de mobilidade nas nossas cidades”, explicou.
O ministro conselheiro da Embaixada Britânica, Wasim Mir, declarou que assim como o Brasil, o Reino Unido tem se comprometido com o desenvolvimento sustentável para melhorar a mobilidade urbana, setor de alta relevância para adaptações às mudanças climáticas. Segundo Mir, as cidades e os sistemas de transportes são protagonistas no combate às mudanças no clima, pois têm o poder de liderar as transformações necessárias para mitigar seus riscos e efeitos.
“No Reino Unido, temos grande experiência no transporte urbano e queremos dividir essa experiência e criar oportunidades no Brasil. Estou confiante que os resultados apresentados hoje contribuirão para as metas estipuladas na COP21 (21ª Conferência do Clima realizada em Paris) já que os investimentos feitos hoje na infraestrutura de transporte urbano e nas cidades são cruciais tanto para o futuro do planeta quanto para qualidade de vida das pessoas”, afirmou Wasim.
Para a diretora do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), Clarice Cunha Lima, a realização do seminário é o começo de um trabalho não só do Ministério das Cidades e do ITDP, mas de todas as cidades. “O seminário é a finalização desse primeiro ano de discussão e o começo de um pensamento de que a gente precisa planejar as nossas cidades considerando as mudanças climáticas e pensando no futuro para que as nossas infraestruturas durem de fato”, afirmou Clarice.
Roger Smith, da United Kingdon Climate Impact Programme (UKCIP), disse que a adaptação é um processo contínuo de aprendizado e que todos os níveis de governo, setor privado, comunidades devem se envolver no processo, porque não é função apenas do governo. “É uma decisão de adaptação. Isso é algo que nós organizamos com uma forma simples de olhar as opções de adaptação com estruturas sociais. Atualmente a falta da conectividade social é uma das maiores dificuldades. Podemos compartilhar responsabilidades e viver com mudanças”, completou.