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Ministro destaca exemplos brasileiros de redução de risco de desastres nas Nações Unidas
Publicado em
17/03/2015 15h00
Atualizado em
03/11/2022 09h33
Prevenção, capacitação, monitoramento e planejamento urbanos são essenciais para proteger populações vulneráveis
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Magalhães Occhi, disse nesta terça-feira (17/3), no Japão, que o Brasil desenvolveu nos últimos anos iniciativas para responder, de forma rápida, aos desastres naturais. Ele está na cidade de Sendai como representante do governo brasileiro na 3ª Conferência das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres.
Entre as ações destacadas pelo ministro estão o sistema de monitoramento de chuvas e rios e transferência rápida de recursos. Occhi também lembrou que o governo brasileiro desenvolve ações de ajuda humanitária, promove capacitações, obras estruturantes e incentiva a criação de defesas civis locais.
Durante as reuniões com autoridades de diversos países, o ministro disse que, nos últimos anos, o Brasil desenvolveu a capacidade de atuar com eficiência com situações de risco à população. "Sabemos que trabalhar com monitoramento, prevenção, treinamento e com a participação da sociedade nos dá experiência na busca pela redução de risco de desastres em áreas urbanas."
Um exemplo, segundo ele, é um planejamento urbano adequado às necessidades brasileiras - a criação do Conselho das Cidades, em 2007, que permite a participação de toda a sociedade, é um marco neste sentido. Além disso, como lembrou Occhi, o Brasil tem trabalhado intensamente para regularizar as ocupações desordenadas, reassentar famílias vulneráveis e construir sistemas hídricos que evitem cheias e reservem água para a época de estiagem.
O ministro ainda lembrou que o Brasil é o país com o maior número de adesões à campanha Cidades Resilientes. Esta iniciativa da ONU busca diminuir a vulnerabilidade dos municípios para oferecer mais segurança a seus moradores. "São 330 cidades participantes do programa (no Brasil) e somos líderes mundiais nessa iniciativa", afirmou.
Reuniões bilaterais
Em uma reunião também nesta terça-feira (17/3) com a delegação japonesa, o ministro da Integração Nacional descreveu os danos que as cidades da Amazônia sofreram neste ano devido à cheia recorde do rio Acre. "O sistema de alertas tem evitado mortes, mas ainda há perdas de bens e da infraestrutura", explicou Occhi. "É um grande desafio preparar as cidades que foram criadas na beira de rios."
O Japão já dividiu experiências com o Brasil em outros momentos de crise, como em 2011, quando enxurradas e deslizamentos atingiram as populações da região serrana do Rio de Janeiro. Agora, o país asiático oferece ajuda para estudar alternativas que minimizem os impactos das chuvas na Amazônia.
Na segunda-feira (16/3), o ministro apresentou para a representante especial da ONU para redução do risco de desastres, Margareta Wahlström, a estrutura de atuação do governo brasileiro para o setor. Occhi descreveu o funcionamento da Defesa Civil Nacional, o sistema de monitoramento e resposta e as ações estruturantes de enfrentamento à seca, como o Projeto de Integração do Rio São Francisco.
"O Ministério da Integração Nacional tem uma estrutura adequada para a redução do risco de desastres, com uma posição privilegiada para tomadas de decisão e, ao mesmo tempo, com uma atuação prática nesta área", disse Wahlström. A conferência termina nesta quarta-feira (18/3).