Notícias
Oficina para ações em áreas centrais e cidades históricas é realizada no Ministério das Cidades
O objetivo da oficina é capacitar os participantes para a execução de ações em áreas urbanas centrais e cidades históricas, por meio da discussão de temas estratégicos e da proposição de alternativas para a reabilitação urbana. Através dessa oficina, o Ministério das Cidades irá contribuir para o fortalecimento do tema, oferecendo aos municípios, estados e instituições melhores condições de concretizar essas ações em nível local e preservação do patrimônio cultural.
A abertura do evento foi realizada pelo secretário da SNAPU, Leodegar Tiscoski, que falou sobre o rápido crescimento populacional nas áreas urbanas e sobre como a falta de planejamento tem gerado inúmeros problemas. Para Leodegar, é necessário promover o crescimento das cidades garantindo o interesse público de forma inclusiva para um modelo de cidade mais democrática.
“Lamentavelmente parte do nosso patrimônio cultural se encontra abandonado. E o Ministério das Cidades busca dar uma destinação a esse patrimônio sempre que possível através da habitação de interesse social. Assim, ao mesmo tempo em que estamos colocando vida nesses pontos, estamos valorizando e reduzindo os problemas de mobilidade”, disse o secretário.
Segundo o diretor de articulação e fomento do Iphan, Luiz Philippe Torelly, para que haja resultado nos trabalhos de revitalização, fortalecimento e restauração de áreas urbanas é necessário haver um elo com a educação. “Precisamos perceber que ainda é pequena a representatividade da questão da preservação urbana na agenda das nossas prefeituras. É preciso pensar em ter como parceiros as escolas e as universidades”, afirmou Luiz Felipe.
O diretor acrescentou ainda que não é aceitável formar apenas técnicos e gestores, é preciso novas percepções. Usando como exemplo o fato ocorrido em Belo Horizonte, em que o centro administrativo do governo foi realocado em um ponto distante da cidade, Torelly diz que “é importante que nós juntamente com programas de incentivo à moradia e locação de empresas não abandonemos as áreas centrais porque isso é fundamental”.
Compondo também a mesa de abertura, o superintendente regional da Caixa, Elício Lima, ressaltou que o grande desafio da sociedade urbana é a moradia permanente. “É preciso pensar a cidade de forma diferente. É preciso pensar no homem e também na mobilidade urbana”, ressaltou.
A primeira palestra da oficina ficou sob a responsabilidade da Diretora de Patrimônio Histórico de São Paulo, Nádia Somekh, que abordou o motivo da dificuldade de implementar ações de reabilitação urbana com justiça social. Para ela, é preciso iniciar o processo através de redistribuição de renda – com programas sociais -, construção da cidadania, além de investimentos urbanos. “A exemplo, podemos citar a construção habitacional social e ampliação das formas de mobilidade porque reduzindo o tempo de mobilidade dos trabalhadores podemos melhorar a vida das pessoas e ter inclusão social”, destacou.
Posteriormente, o professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Flávio Lemos Carsalade, discorreu a respeito da reabilitação urbana: conceitos e evolução histórica. “Só é possível ter uma participação cidadã efetiva para a reabilitação urbana se as pessoas souberem o que estão fazendo. É preciso haver um espaço para que as pessoas possam dialogar sobre o assunto em questão”. Ao final, o docente ressaltou que o patrimônio não é indissociável da vida e deve contribuir para a melhoria de sua qualidade.
A oficina acontecerá até esta quinta-feira (10/10), no auditório do Ministério das Cidades, com palestras sobre financiamento das ações, parcerias com o setor privado e os desafios institucionais e da gestão participativa.