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MDR e Nema finalizam recuperação ambiental no Ramal do Agreste, em Pernambuco
Neste ano, foram realizados o plantio de mais de 19 mil mudas e semeadas mais de 2 toneladas de sementes em uma área de intervenção de aproximadamente 258 hectares (Foto: Nema)
Brasília (DF) – O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) finalizaram um amplo plantio de mudas e semeadura de espécies nativas em um esforço de recuperação da caatinga brasileira. O objetivo da ação é mitigar e compensar os impactos ambientais causados pela implantação das estruturas da transposição do Rio São Francisco e do Ramal do Agreste, em Pernambuco.
Neste ano, foram realizados o plantio de mais de 19 mil mudas e semeadas mais de 2 toneladas de sementes em uma área de intervenção de aproximadamente 258 hectares. Foram 11.258 mudas e mais de 1,3 toneladas de sementes na área do Projeto de Integração do Rio São Francisco e 8.346 mudas e 709,9 quilos de sementes no Ramal do Agreste.
Além disso, foram implantados mais de 1,5 mil núcleos, que são como “ilhas” com espécies de vegetação capazes de melhorar o ambiente e facilitar a ocupação das áreas por outras espécies. Cada núcleo conta com 13 mudas de espécies nativas da caatinga.
As atividades de plantio, semeadura e implantação de núcleos integram o Plano Básico Ambiental-09 (PBA-09), Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), executado pelo Nema em parceria com o MDR.
Para o coordenador do Nema, professor Renato Garcia Rodrigues, o avanço neste ano nas ações de recuperação de áreas degradadas no Projeto São Francisco foi importante para concluir a recuperação de mais um trecho completo da obra.
“Inicialmente, havíamos concluído a totalidade do Eixo Leste e, agora, foi a vez de concluímos as ações de implantação dos modelos de recuperação no Ramal do Agreste. Com isso, demos um importante passo para a concretização do plano de recuperação do Projeto São Francisco, demonstrando que é possível recuperar as áreas de obras na caatinga. Além disso, consolidamos ainda mais as novas técnicas desenvolvidas pelo Nema”, destaca.
A recuperação ambiental é realizada por meio de modelos de nucleação e técnicas de implantação para recuperação desenvolvidas pelo Nema especificamente para essas áreas degradadas. As atividades são executadas em períodos específicos e com espécies selecionadas, que são resistentes à seca e têm maior facilidade para se desenvolverem e recompor a cobertura vegetal, permitindo a vinda de outras plantas.
Foram plantadas espécies arbustivas e arbóreas e semeadas espécies herbáceas nativas, entre elas mata-pasto (Senna uniflora), juazeiro (Sarcomphalus joazeiro), maniçoba (Manihot carthagenensis), pinhão-bravo (Jatropha mollissima) e falsa-menta (Rhaphiodon echinus). Todas as mudas são identificadas por meio de tombamento de plaquetas e cadastradas em sistema para monitoramento. É possível ter o controle de onde veio cada lote de semente, identificação botânica, região, idade e porcentagem de germinação.
Desde 2016, o Nema e o MDR realizaram o plantio de 84.035 mudas e semearam 7,2 toneladas de sementes nas áreas do Projeto de Integração do Rio São Francisco. No Ramal do Agreste, desde 2020, foram 10.907 mudas plantadas e cerca de 933 kg de sementes semeadas.