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Jornal Australiano afirma que Brasil quer expandir as relações comerciais e diplomáticas
O jornal Australian Financial Review publicou, no último dia 27, artigo sobre as perspectivas de fortalecimento dos laços entre Brasil e Austrália. Com o título "Brasil está disposto a incrementar as relações comerciais e diplomáticas", a matéria destacou a viagem da comitiva do Ministério da Integração Nacional ao país, realizada com intuito de trocar experiências em áreas estratégicas da pasta.
Confira a matéria na íntegra:
Austrália - O Brasil, que é potência emergente da América do Sul, pretende reforçar laços políticos e de negócios com a Austrália, expandindo oportunidades de investimentos recíprocos e cooperando de maneira mais próxima no campo do meio ambiente e da energia.
O embaixador do Brasil na Austrália, Rubem Barbosa, vem recomendando ao país que eleve a relação a novo patamar. O senhor Barbosa deseja que haja mais investimentos recíprocos nos setores de mineração, educação, agribusiness, tecnologia da Informação, biotecnologia, transportes, infraestrutura e comunicações, serviços bancários e seguros.
Baseado em acordo assinado em dezembro, os dois países estão determinados a facilitar regras de emissão de vistos para turistas e homens de negócio e melhorar as vias de transportes que ligam suas cidades.
Empresas australianas estão sendo contratadas para prestar serviços durante a Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016.
O Brasil convidou a primeira ministra Julia Gillard para realizar a primeira visita de Estado de um líder Australiano e a senhora Gillard fez um convite semelhante à presidenta Dilma Rousseff.
O Brasil também propôs reuniões bienais de ministros de Relações Exteriores e de Comércio, a criação de um Conselho Empresarial Brasil-Austrália, e um Mecanismo De Diálogo com a participação de altos executivos, membros de governo e academia.
Com a população de 194 milhões, uma classe média pujante e uma economia duas vezes maior que a australiana, o Brasil poderá ser ator importante no desenvolvimento da economia global nas próximas décadas.
O comércio bilateral entre Brasília e Camberra alcança US$ 3 bilhões anuais, onde predominam o carvão australiano e aviões e café brasileiros.
Mas as estruturas das duas economias concorrem por mercados de grande demanda por commodities agrícolas e minerais, os elevados impostos de importação cobrados pelo Brasil que têm dificultado a relação entre os dois países.
Isso tudo apesar dos dois países serem membros do grupo de Cairns e do G20. A participação do Brasil no Mercosul inclui a Argentina, Uruguai , Paraguai - mercado de 350 milhões de consumidores e um PIB conjunto de US$ 3 trilhões - dificulta o acordo de livre comércio.
O ministro de Estado brasileiro, Fernando Bezerra Coelho, esteve em Camberra para entrevistas com o governo Gillard e explicou que os setores de commodities agrícolas e minerais, as moedas valorizadas e os empresários criativos de ambos os países fazem com que as duas nações tenham muito em comum. O governo de Brasília deseja incrementar os laços com a Austrália.
Disse que também estava na Austrália para examinar tecnologias de biocombustíveis com boas perspectivas de desenvolvimento e que o Brasil é líder da produção de etanol.
"Nos próximos 10 anos as relações entre Austrália e o Brasil deverão crescer e nós devemos nos juntar no cenário internacional para defender nossos interesses", disse o senhor Coelho.
O ministro do Comércio, Craig Emerson, disse que a Austrália está decidida da expandir seu comércio e seus investimentos com o Brasil e o Mercosul.
"A Austrália mantém obviamente interesses em promover oportunidades para a expansão do comércio e dos investimentos", disse senhor Emerson.
Fonte: Australian Financial Review