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Irrigação no norte da Bahia alavanca agricultura familiar e incrementa produção de 13 culturas
Determinação de pequenos produtores gera aumento de renda e desenvolvimento na região
O Projeto de Irrigação Itapera, no município baiano de Sento Sé, a 700 quilômetros de Salvador, nasceu de uma iniciativa de pequenos trabalhadores do Vale do São Francisco.
A falta de emprego e a queda na renda gerada pela histórica seca do Lago de Sobradinho, nos anos 1980, foram os fatores que mobilizaram os agricultores da região em torno de um projeto de irrigação consistente. Nascia, então, o Projeto de Irrigação Tapera.
O nome refere-se ao povoado onde o projeto foi implementado, próximo ao Lago de Sobradinho. O foco do programa está na produção de culturas locais, como mamona, mandioca e batata-doce, entre outras. "Ao todo, são treze tipos de produtos agrícolas, a meta é expandir para vinte até o fim deste ano", explica o produtor Gileno Andrade, um dos precursores do projeto. "Hoje estamos produzindo um milhão de litro de água por hora, em 250 hectares. O emprego voltou, a renda aumentou direta e indiretamente", conta.
Para concretizar a irrigação, os produtores selaram parcerias com a iniciativa privada e contaram com o apoio da Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba, órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional.
A área do Projeto de Irrigação Itapera abrange mil hectares de agricultura irrigada e se adequa, inteiramente, à nova lógica de irrigação implementada pela Secretaria Nacional de Agricultura Irrigada.
Para o secretário nacional de Agricultura Irrigada, Miguel Ivan, a agricultura deve focar no ser humano. "O processo de irrigação envolve, sobretudo, a ações em vidas humanas, como é o caso de Tapera. Casos de sucesso como este prosperam no Brasil como fruto de uma política, que vai agir sobre a vida de pessoas. Irrigar é prover técnicas e recursos para diferentes empreendedores rurais, independente do tamanho da sua propriedade", diz.