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Irrigação e meio ambiente: potencialidades do país em debate
Uso eficaz de recursos hídricos, novo Código Florestal e trajetória da agricultura no Brasil foram os destaques desta manhã no Seminário Nacional de Agricultura Irrigada
A necessidade de aliar uso eficiente da água e a valorização do meio ambiente, por meio da irrigação, foi o tema central dos debates desta manhã no II Seminário Nacional de Agricultura Irrigada e Desenvolvimento Sustentável. Organizado pelo Ministério da Integração Nacional, o evento, que começou ontem na capital mineira, reúne representantes do governo, especialistas do setor e produtores rurais para discutir os rumos da agricultura irrigada no país.
Para a introdução dos debates do primeiro painel, a advogada especialista em Direito Ambiental, Samanta Pineda, elencou algumas das novas regras para a agricultura irrigada estabelecidas pelas mudanças do Código Florestal (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012). Entre os principais pontos discutidos estavam as delimitações das áreas de preservação ambiental, áreas de uso restrito e reserva legal. Samanta Pineda ressaltou que a irrigação é, sim, uma prática politicamente correta: "É uma utilidade pública e, de acordo com o novo Código Florestal, é um direito social". Pineda também destacou que a lei brasileira é a mais sustentável do mundo.
A participação de representantes de todos os estados do país reforçou a abrangência dos debates. Luiz Henrique Noquelli, do Fórum Nacional de Órgãos Gestores das Águas, apresentou o exemplo positivo do Mato Grosso na gestão hídrica. Depois de Minas Gerais, o estado está no topo da lista dos grandes exportadores de água dentro do sistema de recursos hídricos do país. "Não devemos nos preocupar em não usar a água, mas sim, em como usá-la", defendeu Noquelli. "A abundância deste recurso no país exige do Brasil ainda mais responsabilidade acerca dos métodos de conservação", completou.
Ainda no contexto das potencialidades do Brasil, Evaristo Miranda, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ressaltou que o país preserva hoje 30% de seu território e, em paralelo, a agricultura irrigada registra altos índices de desempenho e desenvolvimento.
Henrique Santos, da The Nature Conservancy, trouxe a experiência do órgão no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que existe oficialmente há um ano. Essa estratégia contribui com a gestão ambiental sistematizada.
As discussões continuam na tarde desta sexta-feira, em Minas Gerais, sendo coordenadas pelo secretário Nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Guilherme Orair. Na pauta estão os desenvolvimentos regional e nacional, além da Política Nacional de Irrigação, o papel da irrigação no enfrentamento à estiagem e os planos diretores de irrigação.