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Integração Nacional e Governo do Ceará dão início às obras do Cinturão das Águas
O investimento de R$ 1,5 bilhão irá abastecer 17 municípios cearenses, promover a agricultura irrigada e atividades industriais
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e o governador do Ceará, Cid Gomes, autorizaram a primeira ordem de serviço do Trecho I do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), em solenidade com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (18/7), em Fortaleza. A obra vai garantir o abastecimento hídrico beneficiando toda a região do Cariri. Este é mais um empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para expandir a oferta de água nas regiões mais secas do Nordeste.
Em seu discurso, Fernando Bezerra disse que a obra do CAC é fruto da "teimosia" do povo do Ceará. Para o ministro, "pouca gente sabe que 50% da água que o povo está bebendo aqui em Fortaleza e região metropolitana está bebendo porque o governo da senhora [presidenta Dilma] concluiu o Eixão das Águas e evitou Fortaleza de viver um colapso d'água".
Com 158 km de extensão, o primeiro trecho do CAC vai levar água do reservatório Jati, no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, para toda a região do Cariri, passando pelo rio Cariús, afluente do Jaguaribe, chegando até o açude Orós. Trata-se de um amplo sistema, a partir de um canal principal com 30 m3/s de vazão, capaz de abastecer 17 municípios cearenses com água para consumo humano, hidratação animal e também para promoção da agricultura irrigada e de atividades industriais.
Para a presidenta Dilma Rousseff, o Cinturão tem por objetivo dar segurança hídrica para todos os moradores do Ceará. "Dar segurança hídrica aos moradores é um dos grandes desafios que todos aqueles que se interessam e que amam o Nordeste têm a obrigação de fazer. Talvez a mais importante segurança que se tenha em relação à vida. Dar acesso à água é dar condições para a vida florescer", destacou.
O investimento total chega a R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão de recursos federais e R$ 393,5 milhões de contrapartida do governo estadual. A previsão é que a obra seja concluída até o final de 2015, beneficiando os municípios de Jati, Porteiras, Brejo Santo, Abaiara, Mauriti, Barbalha, Crato, Milagres, Nova Olinda, Farias Brito, Lavras da Mangabeira, Aurora, Cariús, Iguatu, Quixelô, Icó e Orós.
Fernando Bezerra também anunciou que a população poderá acompanhar os resultados das últimas licitações da Transposição. "Amanhã sai publicado no Diário Oficial o resultado das últimas licitações e frentes de serviço para que a gente possa dizer ao Brasil, ao Nordeste e, sobretudo, ao homem do sertão que as águas vão rolar no eixo norte e eixo leste da Transposição. Já estamos nos aproximando de 50% de obra concluída. Em 2014, teremos 100 quilômetros de água no eixo norte e 100 quilômetros no eixo leste", afirmou o ministro.
Obras estruturantes - O Ministério da Integração Nacional executa e apoia cerca de 250 grandes empreendimentos pelo PAC, além de centenas de pequenas e médias obras de abastecimento de água, esgotamento sanitário e recuperação de bacias hidrográficas. Com investimentos superiores a R$ 1,1 bilhão, no PAC2, já foram concluídos mais de 1.000 km de adutoras e canais, além de barramentos que acrescentaram 585 milhões de metros cúbicos na capacidade de armazenamento do semiárido.
Dos empreendimentos já finalizados, destacam-se o Eixão das Águas - Trecho IV, as barragens de Figueiredo, Missi e Riacho da Serra, no estado do Ceará; as adutoras do Algodão, do Oeste (BA) e Limoeiro (PE); os sistemas Cafarnaum e Pedro Alexandre (BA), Seridó (RN), Agrestina (PE) e Congo (PB); além do Trecho I do Canal do Sertão Alagoano. Contabiliza-se ainda as ações de esgotamento sanitário, com a construção de 48 empreendimentos nos estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Sergipe.
Projeto de Integração do Rio São Francisco - A maior obra de infraestrutura hídrica do país em execução conta, atualmente, com 5,7 mil trabalhadores e 1,7 mil equipamentos. O empreendimento vai levar água para mais de 12 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Nos últimos seis meses, o ritmo das obras da transposição foi intensificado, com o reforço de várias frentes de trabalho, a partir da conclusão das licitações de trechos remanescentes.