Notícias
Governo federal mobiliza 220 mil militares para conscientizar a população
Eles foram às ruas neste sábado (13/2), em ação nacional realizada em parceria com estados e municípios
O governo federal realizou uma grande mobilização nacional contra o mosquito Aedes aegypti neste sábado (13/2), com a participação de 220 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Junto com profissionais dos estados e municípios, eles foram às ruas orientar a população sobre o combate aos criadouros do mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do vírus Zika. O reforço das Forças Armadas está distribuído em mais de 350 municípios das 27 unidades federativas do país. Cerca de quatro milhões de panfletos informativos foram distribuídos durante a ação.
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, representou o governo federal em Aracaju (SE), juntamente com o governador em exercício de Sergipe, Belivaldo Chagas. "Hoje estamos aqui para sensibilizar a população brasileira para que se engaje no trabalho dos governos federal, municipais e estaduais. É com a união de todos que iremos vencer essa guerra. Temos que combater constantemente os focos de proliferação do mosquito", afirmou Gilberto Occhi durante a atividade.
Gilberto Occhi destacou a importância de cada família verificar o seu ambiente, em casa ou no trabalho. "Cerca de dois terços dos focos do mosquito estão nas residências. Não podemos deixá-lo nascer. Por isso, cada família deve realizar o combate ao Aedes no mínimo uma vez por semana. Essa é uma ação permanente e a população brasileira tem um papel fundamental", completou.
Além do ministro, outras autoridades do Ministério da Integração Nacional também participaram da ação no país. O secretário-executivo Carlos Vieira esteve em Campina Grande (PB); o secretário de Desenvolvimento Regional, Alexandre Chumbinho, em Coronel Fabriciano (MG); o secretário Nacional de Irrigação, José Rodrigues Dória, em Montes Claros (MG); e o chefe substituto da Assessoria de Comunicação Luiz Carlos Silva Costa, em Vitória de Santo Antão (PE).
No Dia Nacional de Mobilização Zika Zero, a região Sudeste recebeu o maior número de militares, com 104,4 mil homens em atuação nas ruas. A região Centro-Oeste, com 35 mil militares, seguida do Nordeste, com 28,6 mil; Norte, com 28,3 mil; e região Sul, com 23,7 mil militares.
Com caráter mobilizador, esta ação visou intensificar a conscientização da população para a importância deerradicar os criadouros do mosquito Aedes. Dentre os mais de 350 municípios selecionados para a ação, estão as 115 cidades prioritárias, que tiveram incidência de dengue acima de 100 casos para cada 100 mil habitantes, nos meses de novembro e dezembro de 2015.
Durante todo o dia, foram distribuídos materiais informativos, com explicações sobre medidas de prevenção e orientações aos moradores sobre a importância do envolvimento de todos os brasileiros na eliminação dos criadouros do mosquito.
Nas casas que estiveram vazias, o material informativo foi deixado nas caixas de correspondência. Os donos de estabelecimentos comerciais também foram orientados a fixar cartazes em local visível e de fácil acesso.
Enquanto ainda não existe disponível no mundo uma vacina para o vírus Zika, o combate aos focos do mosquito é a única forma de prevenção da doença, protegendo gestantes e crianças. Esse vírus tem sido associado ao aumento de casos de microcefalia em bebês quando as mães são infectadas durante a gestação.
Entre os dias 15 e 18 de fevereiro, haverá uma nova ação com a participação de 50 mil militares que estão em treinamento para atuação nas regiões indicadas pelas prefeituras e pelo Ministério da Saúde. A iniciativa será de combate ao mosquito, e não apenas de orientação, e deverá incluir a aplicação de larvicidas e inseticidas.
Plano nacional
Dia Nacional de Mobilização Zika Zero faz parte dos esforços do governo federal previstos no Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia, lançado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro do ano passado. Todos os órgãos federais estão mobilizados para atuar conjuntamente neste enfrentamento, que contará também com a participação dos governos estaduais e municipais.
As visitas de rotina às residências para eliminação e controle do vetor ganharam o reforço das Forças Armadas, com mais de 2.400 militares capacitados até o momento, e de mais de 266 mil agentes comunitários de saúde, além dos 46,5 mil agentes de endemias que já atuavam regularmente nessas atividades. A orientação é para que esse grupo atue, inclusive, na organização de mutirões de combate ao mosquito em suas regiões.
Somam-se a esse esforço a mobilização voltada aos servidores públicos no dia 29 de janeiro, no chamado "Dia da Faxina", cujo objetivo foi inspecionar e eliminar possíveis focos do mosquito nos prédios dos órgãos federais. A ação aconteceu em ministérios, autarquias, agências e demais órgãos vinculados em todo o Brasil.
Sob a coordenação do Ministério da Defesa, as Forças Armadas fizeram um mutirão, entre os dias 29 de janeiro e 4 de fevereiro, para a limpeza das cerca de 1,2 mil unidades militares existentes no país.
Para reforçar as ações de mobilização dos servidores federais, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), no dia 2 de fevereiro, um decreto que determina adoção de medidas rotineiras de prevenção e combate ao vetor em todos os prédios públicos. Entre as medidas estão a realização de campanhas educativas, vistoria e retirada de criadouros do mosquito, além da limpeza das áreas internas e externas e o entorno das instalações públicas.
Como eliminar criadouros
Para erradicar o Aedes aegypti e todos os seus possíveis criadouros, o Ministério da Saúde recomenda à população a adoção de uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada. Quinze minutos de vistoria são o suficiente para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras iniciativas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes e inseticidas para o ambiente.
O Brasil tem um programa permanente de prevenção e controle do Aedes aegypti, com ações compartilhadas entre União, estados e municípios, durante todo o ano. Além do desenvolvimento do apoio a estados e municípios, responsáveis pela coordenação e execução destas ações, o Ministério da Saúde realiza a aquisição de insumos estratégicos, como inseticidas e kits de diagnósticos, para auxiliar os gestores locais no combate ao mosquito.
Os recursos federais destinados ao enfrentamento ao Aedes aegypti cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão neste ano. Para 2016, a previsão é de um incremento de R$ 580 milhões, uma vez que o valor chegará a R$ 1,87 bilhão. Além disso, foi aprovado no orçamento um adicional de R$ 500 milhões para esta operação.
Microcefalia
O Ministério da Saúde e os estados investigam 3.852 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Isso representa 75,8% dos casos notificados. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, 462 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 41 com relação ao vírus Zika. Outros 765 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 5.079 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 6 de fevereiro.
No total, foram notificados 91 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento espontâneo). Destes, 24 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central, sendo que oito foram descartados. Outros 59 continuam em investigação.
O Ministério da Saúde esclarece que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados, e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.